(Jonnifferr/Superinteressante)
Não. O que vale é a quantidade de álcool e o ritmo da ingestão. Além da concentração de moléculas chamadas congêneres, que são dor de cabeça garantida.
Não. Etanol é etanol, o que importa é o número de drinks, o teor alcoólico de cada um e a rapidez com que você bebe. Além da quantidade bruta de goró ingerido, a única outra variável que interfere na gravidade da ressaca são subprodutos da fermentação ou destilação chamados congêneres.
Os dois congêneres mais conhecidos são a acetona e o metanol. Eles aparecem em maior quantidade em bebidas de cor escura, mas estão praticamente ausentes de gorós translúcidos. Sabe-se, por exemplo, que a vodka tem 37 vezes menos congêneres que o bourbon (aquele típico uísque de milho americano, de cor caramelo).
Em um experimento – sim, cientistas às vezes embebedam você de graça em nome do conhecimento –, voluntários que haviam tomado o goró-símbolo dos EUA na noite anterior tiveram ressacas bem piores que os embriagados com a caninha favorita da Rússia.
Esse não é o único mito ébrio que circula pelos botecos brasileiros. A maior parte da sabedoria popular sobre bebedeira é cascata da grossa. Beber de canudinho, por exemplo, não deixa ninguém alegre mais rápido – a não ser, é claro, que o cidadão esteja usando o tubinho plástico para ingerir mais líquido a cada gole.
Outra coisa que o álcool não faz é esquentar. A ilusão tem base empírica: a cachaça dilata os vasos sanguíneos mais próximos da superfície da pele, e o sangue quentinho extra que está passando por ali dá um alarme falso para as terminações nervosas que detectam o calor.
Na verdade, sua temperatura corporal média está caindo, porque a ilusão de fogo faz você transpirar, e a evaporação do suor é uma estratégia do corpo para liberar calor para o ambiente.
Para se manter aquecido, um corpo sóbrio faz o contrário: contrai os vasos da pele e direciona o sangue para os órgãos internos, preservando a temperatura de sistemas vitais.
Fonte: artigo “Intoxication with bourbon versus vodka: effects on hangover, sleep and next-day neurocognitive performance in young adults”, de Damaris J. Rohsenow e outros; Difford’s Guide.
Super Interessante