Na quarta-feira, 20 de março de 2024, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, designou o líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, como o próximo primeiro-ministro do país. Montenegro assumirá o cargo em substituição ao atual primeiro-ministro de esquerda, António Costa, do Partido Socialista (PS), que tem governado desde 2015. A cerimônia de posse está programada para o início de abril.
A AD, uma coalizão de centro-direita composta pelo Partido Social Democrata (PSD) de Montenegro, pelo CDS-PP (Centro Democrático Social – Partido Popular) e pelo PPM (Partido Popular Monárquico), conquistou 80 dos 230 assentos na Assembleia da República portuguesa, enquanto o PS garantiu 78 assentos. O partido de direita Chega obteve 50 assentos.
Montenegro declarou durante a campanha e reiterou após as eleições que não faria alianças com o Chega. Portanto, ele governará sem uma maioria absoluta na Assembleia da República, tendo que negociar com outros partidos para cada projeto e para a aprovação do Orçamento.
Em comunicado, a Presidência da República afirmou que Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu a vitória da AD nas eleições de 10 de março “em termos de mandatos e votos” e que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou ser líder da oposição ao convidar Montenegro para formar o governo.
Após uma reunião com o presidente português, Montenegro informou que revelará os membros de seu governo em 28 de março e que planeja assumir o cargo de primeiro-ministro em 2 de abril.
A demora na nomeação do primeiro-ministro após as eleições deve-se à contagem dos votos dos portugueses que residem fora do país e que elegem 4 deputados. A apuração dos votos foi concluída em 20 de março, quando o Chega conquistou 2 dos 4 assentos, enquanto AD e PS ficaram com um cada.
As eleições deste ano foram marcadas pelo crescimento do Chega, que passou de 12 para 50 deputados, consolidando-se como a terceira maior força política de Portugal.
Luís Montenegro, líder do PSD, tem 51 anos e é formado em direito. Ele foi eleito deputado pela primeira vez em 2002 e reelegeu-se mais quatro vezes (2005, 2009, 2011 e 2015), totalizando 16 anos na Assembleia da República. Montenegro foi líder da bancada do PSD de 2011 a 2017, período que coincidiu com o governo de Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal de 2011 a 2015, durante o qual o país enfrentou dificuldades econômicas e implementou medidas de austeridade fiscal. Após deixar a Assembleia da República em 2018, Montenegro dedicou-se aos estudos, realizando uma pós-graduação em direito de proteção de dados pessoais e um curso sobre gestão e liderança.
Com informações de Poder 360