Na terça-feira, 5 de março, Barbecue, destacado líder de uma das gangues que afligem o Haiti, lançou uma ameaça de “guerra civil” caso o primeiro-ministro Ariel Henry permaneça no cargo. No domingo anterior, o governo haitiano declarou estado de emergência e implementou toque de recolher em resposta a uma onda de violência desencadeada durante a fuga em massa de detentos de uma prisão.
“Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminharemos para uma guerra civil que levará ao genocídio”, disse num comunicado Jimmy Cherizier, apelidado de Barbecue.
Desde a semana passada, gangues armadas que controlam grandes áreas do Haiti, incluindo a capital, Porto Príncipe, lançaram ataques em vários locais estratégicos para, dizem, derrubar o primeiro-ministro.
“Devemos nos unir. Ou o Haiti se torna um paraíso para todos ou um inferno para todos”, acrescentou o ex-policial de 46 anos, que se tornou líder de uma coalizão de gangues conhecida como G9 e sujeita a sanções da ONU.
No dia 5 de março, Porto Príncipe retomou diversas atividades cotidianas, como transporte e comércio, um dia após gangues libertarem milhares de detentos de duas prisões, resultando em várias mortes, e tentarem tomar o controle do aeroporto internacional. Apesar da tentativa das gangues, a Polícia e o Exército conseguiram conter o ataque ao terminal aéreo Toussaint Louverture. Contudo, a agitação em torno das instalações levou as companhias aéreas internacionais a cancelarem todos os voos para a capital. Em resposta, as autoridades da República Dominicana fecharam o espaço aéreo com o país vizinho no mesmo dia.
Com informações de O Antagonista