Um vídeo apresentado por Antônio Rueda, presidente eleito do partido União Brasil, à Polícia Civil do Distrito Federal, registra sua reação às supostas ameaças do atual presidente do partido, Luciano Bivar, dirigidas a ele e a um membro de sua família. O vídeo, divulgado com exclusividade pela coluna de Guilherme Amado/Metrópoles, foi gravado durante uma conversa telefônica entre Rueda e Bivar, por volta das 23h do dia 26/2, durante a disputa pela sucessão no União Brasil.
Nas imagens, uma voz atribuída a Bivar afirma a Rueda que “acabaria” com um membro de sua família, sem mencionar diretamente a tesoureira do partido, Marília Emília Rueda. Na noite de segunda-feira (11/3), a casa de praia de Rueda no litoral pernambucano e a residência de sua irmã foram incendiadas simultaneamente.
O vídeo é uma das evidências apresentadas por Rueda à polícia para sustentar suas alegações de ameaça por parte de Bivar. No entanto, o contexto completo da conversa não é mostrado nas imagens. Rueda formalizou uma denúncia de ameaça à Polícia Civil do Distrito Federal na semana passada, resultando no pedido do delegado responsável ao STF para abrir uma investigação contra Bivar.
De acordo com a queixa de Rueda, a conversa com Bivar ocorreu através do telefone do deputado federal Marcelo Freitas, do União Brasil de Minas Gerais, que intermediou o contato naquela noite. O vice-presidente do União Brasil explicou ao deputado, gravado por sua esposa Florinda, que essa ameaça era a razão pela qual evitava falar diretamente com Bivar. Diante da situação, Rueda afirmou a Freitas que procuraria a Polícia Federal no dia seguinte. Bivar, por sua vez, nega ter feito qualquer ameaça.
“Marcelo, deixa eu te falar. Cara, tu tá vendo por que eu não queria falar? Eu vou para a Polícia Federal amanhã, vai ser um caco de c*. Ameaçar (…), que vai atrás (…)? Marcelo, fica aí, tu conseguiu tudo que tu queria, irmão. Eu evitei falar com Luciano para evitar isso, tá entendendo? Meu irmão, tu presta atenção onde tu se meteu, Marcelo, porque eu disse a tu desde o começo…”, disse Rueda, até o vídeo ser interrompido.
Marcelo Freitas, ao parecer concordar com Antônio Rueda na condenação das ameaças, não é ouvido na gravação além de proferir breves palavras, interrompidas por Rueda.
O deputado foi chamado como testemunha pelos advogados de Rueda, assim como o deputado federal Carlos Busato, do União do Rio Grande do Sul, que também teria estado ao lado de Bivar no momento da alegada ameaça.
Na notificação à Polícia Civil do Distrito Federal, Antônio Rueda alegou que ele e um membro de sua família que foi ameaçado têm evitado sair às ruas ou viajar sem a companhia de seguranças. A denúncia criminal foi encaminhada ao STF pelo delegado Giancarlos Zuliani, que solicitou a autorização para iniciar uma investigação contra Bivar por suposto crime de ameaça. A petição foi encaminhada ao ministro Kassio Nunes Marques na última quarta-feira (6/3).
O que disse Bivar
Questionado pela equipe de Guilherme Amado no Metrópoles, Luciano Bivar refutou qualquer alegação de que tenha feito ameaças a Rueda ou a algum membro de sua família.
“Eu não falei nada disso. Houve uma agressão dele sobre mim, que eu revidei. Não lembro, porque eu não faço gravação de ninguém. De jeito nenhum. Isso tudo é montagem, é uma gravação dele, suscetível a uma série de coisas”, afirmou.
“Tudo que fala é fake, umas coisas que eu não sei, eu não gravei nada. Ele fez uma série de agressões, eu também agredi ele, mas não sei em que tempo e que intensidade. Se ele picotou a gravação, é outra coisa”, declarou.
Antônio Rueda não comentou a queixa contra Luciano Bivar.
As informações são da coluna de Guilherme Amado/Metrópoles