Em um cenário de urgência e expectativa, Queli Santos Adorno, de 35 anos, enfrentou uma situação angustiante na maternidade Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias (RJ). Mesmo em trabalho de parto, ela teve seu atendimento recusado. O desfecho? Seu filho nasceu no chão da recepção.
A saga começou quando Queli chegou à maternidade por volta das 22 horas de uma quinta-feira da semana passada (21). Examinada por uma médica, recebeu a orientação de permanecer na unidade hospitalar, pois seu caso poderia evoluir rapidamente. Essa informação foi compartilhada pela irmã da gestante, Carine Santos Adorno, à TV Globo.
Grávida dá à luz no chão de hospital após médica recusar atendimento no RJ pic.twitter.com/vfISQpTCjt
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) March 29, 2024
No entanto, às 4 horas da madrugada de sexta-feira, Queli foi mandada de volta para casa. A recomendação veio de outra médica durante uma consulta subsequente. Ela foi instruída a retornar à maternidade somente após as 6h30.
A situação se agravou quando, às 6 horas, Queli entrou em trabalho de parto. Sem autorização para acessar a maternidade, ela se viu obrigada a deitar no chão frio da recepção, onde deu à luz seu filho, Azafe.
Após o parto, Queli chorava e desabafava: “Doutora negligente, eu avisei. Ela não acreditou em mim”. Curiosamente, quem realizou o parto foi a primeira médica que havia atendido a gestante.
A Prefeitura de Duque de Caxias tomou medidas drásticas e demitiu a médica responsável por enviar Queli de volta para casa. Em nota enviada ao UOL, manifestaram “repúdio” à conduta da profissional e reafirmaram o compromisso com um atendimento humanizado aos pacientes. Além disso, uma sindicância foi aberta para investigar tanto a médica demitida quanto as ações de outros profissionais de saúde envolvidos no caso.
Felizmente, mãe e filho estão bem e continuam internados, recebendo cuidados de uma equipe multidisciplinar da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias.
A família ainda tentou registrar um boletim de ocorrência, mas os agentes se recusaram a fazê-lo. A Polícia Civil, no entanto, informou que a 60ª DP não foi procurada pelos familiares da gestante.
“A médica responsável pelo último atendimento à paciente gestante Queli Santos Adorno, que deu entrada na Maternidade Municipal de Santa Cruz da Serra em 22/03/2024, às 22h37, foi desligada do seu quadro de funcionários.” (Trecho da nota da prefeitura)