A mineradora Vale enfrenta uma significativa queda de R$ 48,3 bilhões em seu valor de mercado desde o início deste ano. O processo conturbado de troca de presidência contribui para a instabilidade, marcada por tentativas do governo em influenciar a escolha do novo líder, incluindo a proposta de Guido Mantega para o cargo, conforme cálculos de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
Na última sexta-feira, 8, o Conselho de Administração da Vale decidiu renovar o contrato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, até 31 de dezembro de 2024, estendendo além do prazo inicial de maio. A empresa agora planeja contratar uma consultoria de recursos humanos para elaborar uma lista tríplice com indicações de sucessores. Contudo, há receios de que essa mudança seja interpretada como um jogo de “cartas marcadas”, de acordo com fontes próximas aos conselheiros.
Ao final do ano passado, o valor de mercado da Vale atingia R$ 332,1 bilhões, e na última sexta-feira estava avaliado em R$ 283,8 bilhões. A instabilidade na troca de comando, marcada por uma divisão entre os acionistas e tentativas de interferência governamental, tem gerado impacto negativo nas ações da empresa, com queda de 14,49% apenas neste ano.
O BTG Pactual rebaixou a recomendação de compra das ações da Vale para “neutra”, destacando a intensificação do ruído em meio às discussões sobre o próximo CEO e notícias relacionadas à Samarco/Renova. A empresa também enfrenta desafios operacionais, com interrupções em minas no estado do Pará, revertidas após pressão das autoridades locais.
O cenário tumultuado e a divisão evidente entre os membros do Conselho sobre a direção futura da empresa levaram à preocupação com os desafios que a Vale enfrentará nos próximos meses. A tensão política e as incertezas na sucessão presidencial impactam não apenas a empresa, mas também o mercado financeiro, refletindo na desvalorização das ações da mineradora.
Com informações do Estadão.