Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Em 2019, a Polícia Federal forneceu um relatório utilizado pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, indicada por Michel Temer, para denunciar Domingos Brazão como mandante do assassinato de Marielle Franco. Entretanto, Marcelo Freixo, que foi nomeado presidente da Embratur no governo Lula, agora atribui ao presidente empossado em 2023 a “mudança” que teria resultado na solução do crime. Em uma entrevista ao UOL na segunda-feira, 25, o ex-deputado do PSOL, que se filiou ao PT em maio passado, afirmou que “o crime da Marielle [sic] só foi solucionado porque o Lula assumiu o poder e mudou a Polícia Federal. Se não fosse isso, não teria resolvido o caso Marielle. Ponto”. Essa tentativa de aproveitar o caso da ex-correligionária para fins de propaganda política é condenável, especialmente ao usar a expressão “o crime da Marielle”. Freixo influenciou a família da vereadora a manter as investigações na Polícia Civil do Rio de Janeiro, mesmo quando a PGR já apontava um ambiente desfavorável à apuração isenta dos fatos e a PF informava o STJ sobre acusações de corrupção contra o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da corporação fluminense.
A esquerda lulista explorava a hipótese de envolvimento de Jair Bolsonaro no crime, especialmente após a informação falsa plantada em depoimento de um porteiro do condomínio onde moravam o presidente e o executor Ronnie Lessa. Freixo acusava Bolsonaro de querer “federalizar o caso Marielle a todo custo para controlar as investigações”, embora a federalização da apuração sobre os mandantes tenha sido pedida por Dodge, também com base em relatório da PF, muito antes do governo Lula.
A questão moral levantada é se os lulistas como Freixo estavam mais preocupados com a solução do crime ou em enredar Bolsonaro em uma falsa trama. As informações decorrentes da operação que prendeu os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo no domingo, 24, confirmaram a importância de tirar o caso do Rio.
Na mesma entrevista, Freixo mentiu ao afirmar que “a eleição e a mudança das instituições não são um detalhe” e que “se o Andrei [Rodrigues] não tivesse assumido a PF, o caso Marielle não teria sido resolvido”. Ele promove narrativas falseadas devido à gratidão pela nomeação na Embratur, ao invés de manter fidelidade aos fatos. Lula mudou o destino de Freixo ao vencer a eleição, porém a solução dos homicídios de Marielle e Anderson Gomes já estava em curso há mais de quatro anos.
com informações O Antagonista