Após a deflagração da Operação “Tempus Veritatis” em 8 de fevereiro, depoimentos tornados públicos na sexta-feira (15) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicam a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em um plano de tentativa de um suposto golpe de Estado.
De acordo com os depoimentos, os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, afirmaram ter participado de reuniões para discutir a chamada “minuta do golpe”. Essas reuniões teriam sido convocadas pelo então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, com o objetivo de pressionar os comandantes das Forças a interferir na posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo os relatos, a minuta apresentada pelo ministro da Defesa buscava formalizar uma suposta intervenção, mas foi rejeitada pelos comandantes, que se recusaram a receber qualquer documento. Os depoimentos também apontam o ex-ministro da Justiça Anderson Torres como responsável por dar apoio jurídico às supostas minutas golpistas, arquitetadas com aval de Bolsonaro em 2022.
No entanto, Torres negou qualquer envolvimento com a elaboração das minutas ou com planos do suposto golpe, afirmando que os depoimentos prestados foram imprecisos e que vai requerer nova oitiva para esclarecimentos.
Além disso, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou em seu depoimento que o relatório questionando o resultado do segundo turno das eleições de 2022 foi uma iniciativa de Bolsonaro e de deputados do partido.
As investigações seguem em andamento, com a expectativa de conclusão até a metade do ano, e levantam questionamentos sobre a conduta do ex-presidente e seus aliados diante das instituições do país.
Com informações da revista Valor Econômico.