O governo da China reiterou nesta sexta-feira, 29 de março, o apoio à “soberania e independência” da Venezuela, em referência às eleições presidenciais de 28 de julho.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, afirmou que Pequim se opõe à “interferência estrangeira” nos assuntos internos da Venezuela, conforme publicado no X do Global Times, a edição em inglês do jornal oficial Diário do Povo Chinês.
“A China respeita a soberania e a independência da Venezuela, apoia a Venezuela nos seus avanços no sistema eleitoral de acordo com a sua constituição e as suas leis, e opõe-se à interferência estrangeira nos assuntos internos da Venezuela”, refere a publicação.
O texto menciona que Lin Jian respondeu à declaração do Departamento de Estado dos EUA, na qual Washington expressou preocupação com as dificuldades enfrentadas pelos candidatos da oposição ao se inscreverem no processo eleitoral.
Treze pessoas se inscreveram para participar das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, incluindo o presidente Nicolás Maduro, que busca um terceiro mandato. Essa informação foi divulgada pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, em 26 de março, uma terça-feira.
Durante uma coletiva de imprensa, Amoroso fez um balanço do período de registro de candidaturas, que ocorreu entre 21 e 25 de março. No final do prazo, 37 organizações políticas submeteram 13 inscrições.
María Corina Machado, que venceu as eleições primárias da oposição em outubro com mais de 90% dos votos, foi desqualificada como candidata. Além disso, Corina Yonis, apresentada por Machado como candidata substituta, não conseguiu se inscrever.
Maduro governa a Venezuela desde abril de 2013, assumindo a presidência após a morte de Hugo Chávez. De acordo com o calendário apresentado pelo CNE, a data das próximas eleições coincide com o aniversário do falecido presidente.
A realização das eleições presidenciais no segundo semestre de 2024 faz parte dos Acordos de Barbados, assinados pelo governo de Maduro e a oposição em outubro passado. No entanto, desde 2012, uma tradição foi quebrada, pois as eleições presidenciais no país costumavam ser realizadas no primeiro domingo de dezembro.
Curiosamente, as últimas eleições presidenciais vencidas por Hugo Chávez ocorreram em outubro de 2012, enquanto em 2018, Maduro saiu vitorioso nas eleições realizadas em maio.