Uma pesquisa conduzida pela empresa Quaest, a pedido do Banco Genial, com gestores de fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro, revelou uma deterioração na percepção do governo Lula entre os profissionais do mercado financeiro.
O levantamento, que consistiu em 101 entrevistas realizadas por meio de formulários online com gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão do mercado financeiro, revelou que 64% dos entrevistados consideram a avaliação do governo negativa, enquanto 30% a consideram regular e apenas 6% a veem como positiva. Este resultado desfavorável para o Palácio do Planalto é o pior dos últimos três levantamentos realizados pela Quaest, em julho, setembro e novembro de 2023.
Por outro lado, a avaliação do mercado em relação ao trabalho de Haddad na Fazenda melhorou, com 50% dos entrevistados aprovando seu desempenho, enquanto 38% o consideram regular e 12% o veem de forma negativa. Em novembro, 24% dos entrevistados consideravam o trabalho do ministro como negativo. Este mês, 51% afirmaram que Haddad está mais forte do que no início do mandato, em janeiro do ano anterior.
A pesquisa também destacou outros pontos de vista do mercado financeiro em relação ao governo federal, que já são conhecidos – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT nunca foram bem avaliados entre os operadores. Para 71% dos entrevistados, a política econômica do país está na direção errada, em contraste com os 29% que a aprovam.
Além disso, há uma falta de otimismo em relação ao futuro da economia nos próximos 12 meses: 47% acreditam que a situação permanecerá igual, 32% preveem uma piora a curto prazo e apenas 21% esperam uma melhora. Uma mudança em relação ao levantamento anterior é que agora 45% acreditam que a imagem do Brasil no exterior piorou desde a posse de Lula, em comparação com os 28% de novembro. Naquele mês, 43% viam uma melhora, em comparação com os 25% registrados agora.
O maior risco percebido pelo governo para a economia, segundo 50% dos entrevistados, é a atitude intervencionista, seguida pelo estouro da meta fiscal, citado por 23%. No entanto, a maioria concorda que o Palácio do Planalto está preocupado com o controle da inflação.
A decisão da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários aos acionistas foi considerada errada por 97% dos entrevistados, que também veem um impacto negativo, estimado em 85%, na B3.
As 101 entrevistas realizadas pela Quaest entre 14 e 19 de março não representam cientificamente todo o mercado financeiro. O estudo não fornece uma margem de erro nem outros detalhes metodológicos comuns em pesquisas quantitativas.
Com informações de Valor Econômico