Um curto-circuito pode ter sido a causa do incêndio de grandes proporções que atingiu um prédio em construção no bairro da Torre, na Zona Oeste do Recife, na noite da quinta-feira, 28 de março. A informação foi divulgada pelo secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho. Felizmente, não houve vítimas.
Devido aos riscos, o Corpo de Bombeiros isolou um perímetro de cerca de 300 metros ao redor do Edifício Botanik, e moradores e comerciantes tiveram que deixar os imóveis. Até a manhã desta sexta-feira, 29 de março, não havia um balanço oficial da quantidade de pessoas que precisaram desocupar os locais.
Segundo o secretário de Defesa Social, “pelo que nós soubemos, o fogo começou no último ou no penúltimo andar, possivelmente pode ter sido um curto-circuito e veio para a parte de baixo, porque o incêndio que se iniciou lá começou a desprender materiais, como nós vimos. Havia só um vigilante na obra e, quando o incêndio começou, ele saiu”.
Mesmo após algumas horas, ainda havia focos de incêndio no prédio por volta das 6h30 desta sexta-feira, momento em que a Defesa Civil do Recife chegou ao local.
O secretário executivo de Defesa Civil do Recife, coronel Cássio Sinomar, informou que equipes da prefeitura entraram com engenheiros do prédio para fazer uma vistoria. Eles vão subir em todos os andares para avaliar os riscos.
“A avaliação vai ser minuciosa, subindo andar por andar, avaliando toda a parte estrutural, toda a parte que foi danificada, quais são os elementos soltos, quais são as possíveis áreas de atuação, quais são os projetos para que a gente elimine todo o risco necessário. É uma vistoria bastante meticulosa, a gente precisa ter toda a atenção e avaliação isolada de toda a engenharia”, afirmou.
O edifício tem, atualmente, 28 andares distribuídos em 84 metros de altura, mas, na construção, estavam previstos 33 andares. A Construtora Carrilho, responsável pela obra, disse que o empreendimento tem seguro e que nenhum cliente da empresa será prejudicado.
Os bombeiros decidiram isolar um raio que se estende a até 150 metros ao redor de cada um dos lados do prédio, o que equivale a cerca de 300 metros de diâmetro. O trânsito na região também foi afetado e agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) orientam motoristas.
A Neoenergia suspendeu o fornecimento de energia elétrica nas imediações do prédio, por questões de segurança. O coronel Cássio Sinomar disse, também, que, enquanto os possíveis riscos não forem avaliados e eliminados, o perímetro ao redor do prédio seguirá isolado.
“Estamos com muitos elementos soltos ali, voando telha, voando pedaço de concreto, voando madeira. Então, a gente está com tudo isso voltado justamente para que a gente não tenha nenhum acidente. […] A gente precisa realmente agora finalizar com toda a segurança e eliminando todo o risco necessário. Não tem previsão para essa liberação, e a gente só vai ter uma ideia assim que a equipe retornar”, declarou.
Os três últimos andares do prédio estavam escorados com toras de madeira, o que pode ter contribuído para a propagação do fogo. Além disso, o almoxarifado da obra, localizado no térreo, ficou destruído porque materiais em chamas caíram e atingiram papéis e madeira que estavam estocados.
Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram grandes chamas no topo do edifício Botanik, construído pela empresa Carrilho, que informou que não houve vítimas.
Em um dos vídeos, gravado por uma moradora de um edifício vizinho, é possível ver destroços caindo do topo do prédio em direção à rua e aos imóveis ao redor.
Por volta das 21h30, começou a chover na capital pernambucana, e a água da chuva ajudou a diminuir a intensidade das chamas no prédio.
Um caminhão da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) foi até o local do incêndio e levou água para ajudar os bombeiros a apagar o fogo no edifício. Por volta das 23h30, os militares faziam o rescaldo após controlar as chamas.