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Exatos 30 dias antes de o Hamas invadir Israel e matar cerca de 1.200 pessoas, entre elas 36 menores e 364 frequentadores de um festival de música, o jornalista britânico Jake Wallis Simons lançou “Israelophobia – The Newest Version of the Oldest Hatred and What To Do About It”, ou Israelofobia – a mais nova versão do mais antigo ódio e o que fazer a respeito, em tradução livre.
Na obra, Simons defende a ideia de que o atual ódio ao Estado de Israel é a mais nova face do velho ódio aos judeus, perseguidos por sua religião na Idade Média e como raça na Alemanha nazista. A bola da vez, diz ele, é o ódio político.
Questionado sobre a fala do presidente Lula (PT), que comparou a ofensiva israelense em Gaza aos atos de Adolf Hitler, Simons afirma que o brasileiro é um “idiota útil do Hamas” ao reproduzir o discurso do grupo terrorista.
O que o sr. achou da fala do presidente Lula ao comparar as mortes de civis em Gaza com “quando Hitler resolveu matar os judeus”?
É óbvio que é antissemitismo. E totalmente injusto. Hitler tomou um país com uma minoria, tirou os direitos dessa minoria, degradou-os, roubou-os, diminuiu-os até que eles fossem sub-humanos na sociedade, deportou-os para os guetos e matou-os em fábricas de morte. Enquanto no caso israelense, em Gaza, Israel foi a vítima do ataque mais selvagem desde a Segunda Guerra Mundial e respondeu tentando destruir o inimigo, como qualquer outro país democrático faria. Mas precisamos reconhecer que o objetivo do Hamas é criar tantas vítimas palestinas quanto possível, pois isso faz pessoas como o presidente Lula dizerem coisas idiotas. Pessoas como o presidente Lula são, infelizmente, idiotas úteis para o Hamas.
As pessoas que fazem essa comparação sabem que não é verdade. Todo mundo sabe que não é verdade. Há um velho ditado segundo o qual um antissemita só acusa um judeu de roubo pela alegria de vê-lo revirar os bolsos para provar que não é um ladrão. Essa é a humilhação de que desfrutam os antissemitas quando pessoas como eu são forçadas a afirmar que judeus e nazistas não são a mesma coisa.
Créditos: Folha de S. Paulo.