A Polícia Civil do Rio de Janeiro efetuou a prisão de pelo menos quatro indivíduos suspeitos de participação no comércio ilegal de armas e munição, nesta sexta-feira (1º de março de 2024). Um dos alvos já estava sob custódia. Eles são acusados de fazer parte da milícia liderada por Ronnie Lessa e Maxwell Simões Corrêa, conhecido como “Suel”, ambos envolvidos no caso Marielle Franco. A investigação está a cargo do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).
De acordo com o MPRJ, os detidos nas primeiras horas da operação foram Paulo Sérgio Ladi Pereira, Roberto Pinheiro Mota, Uellington Aleixo Vitória Coutinho e Welington De Oliveira Rodrigues, também conhecido como Manguaça. Manguaça já estava detido na Cadeia Pública Isap Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo, na região metropolitana. Ele é apontado pela investigação como um dos gerentes da central de TV a cabo clandestina de Suel e Lessa, que não fazem parte desta denúncia. Ronnie Lessa foi condenado em 2022 a 13 anos de prisão por venda ilegal de armas e novamente em fevereiro de 2024 a 6 anos e 8 meses por contrabando de peças e armas.
Ao todo, foram expedidos cinco mandados de prisão e oito de busca e apreensão pela 2ª Vara Criminal da Regional de Madureira. Os cinco alvos são acusados de integrar uma rede de tráfico de armas, incluindo as de uso restrito, na região de Rocha Miranda, zona norte do Rio.
A operação contou com o apoio das Polícias Civil e Militar, realizando buscas não apenas em Rocha Miranda, mas também nos bairros de Honório Gurgel, Colégio (ambos na zona norte) e Catumbi, na região central do Rio.
Essa ação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), é um desdobramento da Operação Jammer, conduzida pelo MPRJ e pela Polícia Federal (PF) em agosto de 2023. Essa operação visava desmantelar a milícia liderada por Suel e Ronnie Lessa, voltada à exploração clandestina de atividades de telecomunicação, televisão e internet.
Caso Marielle
O sexto aniversário do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes será lembrado em 14 de março. Desde a entrada da Polícia Federal nas investigações em 2023, alguns progressos foram alcançados, notadamente a delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz, condutor do carro Cobalt utilizado na execução.
Em julho do ano passado, agentes da PF envolvidos nas investigações revelaram que Queiroz, em sua delação, apontou Ronnie Lessa como o autor dos disparos. No mês passado, Lessa, ex-PM, foi condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo, encontrando-se atualmente detido.
Outro envolvido, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, também está preso. Entre suas atividades no crime, estaria a responsabilidade de entregar o Cobalt utilizado por Lessa para um desmanche.
Com informações da Agência Brasil