Na Amazônia, uma possível nova espécie de sucuri-verde pode ter sido identificada, conforme relatado pelo cientista e apresentador de TV Freek Vonk. Ele ousadamente adentrou um rio, nadando ao lado de uma impressionante cobra de 8 metros de comprimento e mais de 200 quilos. A descoberta foi documentada e divulgada na última sexta-feira (16/2) na revista científica Diversity. Até o momento, a região amazônica era conhecida apenas por abrigar a espécie anaconda-verde-do-norte (Eunectes akayima).
Sucuri 'gigante' recém-encontrada na Amazônia pode superar todos os recordes como a maior do planeta pic.twitter.com/q6EWxZjZcb
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) February 21, 2024
“Hoje, com outros 14 cientistas de nove países, descrevi uma nova espécie de cobra da Amazônia, que pode ser a maior do mundo. E não qualquer uma, é uma serpente gigante! Descobrimos que a maior espécie de cobra do mundo, a anaconda-verde, como todos a conhecemos pelos filmes e por todas as histórias sobre cobras gigantes, é na verdade duas espécies diferentes!”, postou o holandês no Instagram.
“Embora pareçam quase idênticas à primeira vista, a diferença genética entre as duas é de 5,5%, e isso é enorme. Para colocar isso em perspectiva, humanos e chimpanzés são geneticamente diferentes entre si apenas em cerca de 2%”, acrescentou ele.
De acordo com o apresentador, a cabeça da cobra tem o tamanho de uma cabeça humana.
“Ela tem a cabeça do tamanho da minha. Por completo espanto e admiração, um ‘monstro’! Já descobri uma nova espécie antes, mas era uma pequena cobra da Austrália. Agora é sobre um animal mítico e lendário! Definitivamente um dos destaques da minha carreira científica. Até porque essa cobra ocorre na Amazônia, um lugar que para mim parece um lar”, disse Freek.
“Por mais emocionante que seja a descoberta desta cobra, a região Amazónica está sob forte pressão das alterações climáticas e da contínua perda da floresta primária. Mais de um quinto da Amazônia já desapareceu, o que é mais de 30 vezes a área da Holanda. A sobrevivência destas icônicas cobras gigantes está intimamente ligada à proteção do seu habitat natural. Esta pesquisa enfatiza o cuidado que devemos ter com a nossa maior floresta do mundo”, finalizou ele.
Estudo sobre a “anaconda”
O biólogo Bryan Fry, da Universidade de Queensland (Austrália) e coautor da pesquisa, destacou a importância do estudo, enfatizando que a anaconda-verde-do-norte recém-descrita possui uma variação genética significativamente menor em comparação com sua contraparte do sul, tornando-a mais suscetível a ameaças.
O autor principal do estudo, Jesus Rivas, explicou que a identificação de mais de uma espécie de sucuri verde já foi percebida há mais de 15 anos. Junto com sua esposa, Sarah Corey-Rivas, iniciou uma análise detalhada de amostras em busca de diferenças genéticas. No entanto, somente agora as descobertas foram oficialmente publicadas.
“Sarah e eu começamos a trabalhar nisso em 2007, quando notamos pela primeira vez que havia uma grande diferença genética entre as amostras venezuelanas e algumas amostras do Peru”, declarou.
“Em seguida, iniciamos o processo de coleta de amostras e colaboradores em toda a América do Sul e fora para completar o mosaico de amostras que nos permitiu montar o estudo. Trabalhei em vários países com vários colegas para coletar as amostras, e Sarah fez a maior parte do trabalho pesado, sequenciando genes e fazendo a análise filogenética”, finalizou o cientista.
Com informações de Metrópoles