Na Câmara dos Deputados, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), também conhecido por sua atuação como relator da CPI do MST no ano anterior, proferiu um discurso durante uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nesta quarta-feira (28). Durante seu pronunciamento, Salles criticou o movimento, o que resultou em vaias por parte dos presentes.
A CPI do MST, que ocorreu na Casa no ano passado, foi marcada por debates acalorados entre deputados governistas e parlamentares da oposição durante seus 130 dias de duração. Entretanto, o relatório final elaborado pelo colegiado não foi votado pelos parlamentares.
Ricardo Salles é vaiado em sessão que homenageava o MST após fazer duras críticas ao movimento pic.twitter.com/iWJb05eRhE
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) February 28, 2024
Salles, em sua fala nesta quarta-feira, argumentou que os 40 anos do MST não deveriam ser comemorados, caracterizando-os como “insucesso de uma política que fracassou”.
“Infelizmente os achados que tivemos na CPI do MST sob a nossa ótica não trazem motivo para a comemoração. Em diversos estados da federação o que nós vimos nos acampamentos e assentamentos foi uma miséria generalizada e o insucesso de um modelo que não deu certo”, disse o deputado.
Os participantes interromperam o discurso do parlamentar com vaias e gritos de “fascista”, “golpista” e “fora, Salles”. Eles também se viraram de costas ao deputado enquanto ele discursava.
Militantes do MST se viram de costas durante discurso de Ricardo Salles (PL-SP) em evento em homenagem ao movimento social – Pedro Ladeira/Folhapress
Além do ministro Salles, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também se pronunciou. Ele expressou críticas ao movimento, declarando que esta quarta-feira é um dia sombrio para a Câmara, e afirmou que o MST representa “40 anos de destruição”.
Nogueira também dirigiu críticas aos líderes do movimento, o que resultou em intensas vaias da plateia e gritos de “fascista”.
Os deputados Evair de Melo (PP-ES) e Marcel Van Hattem (Novo-RS), ambos da oposição, estavam inscritos para discursar, mas não utilizaram a palavra.
Em resposta aos discursos dos parlamentares, membros do governo proferiram palavras contundentes, repudiando o que consideraram provocações e desrespeito por parte de seus colegas.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que presidiu a sessão, disse que nunca tinha visto uma homenagem à uma instituição “ser desrespeitada por integrantes da Câmara”.
“Essa é uma sessão de homenagem ao MST aprovada pelo plenário da Casa e não pode ser transformada numa sessão de provocação”, disse o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Com informações da Folha de SP