Imagens recentes capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) proporcionam uma visão detalhada de 19 galáxias espirais relativamente próximas da Via Láctea. Com detalhes notáveis, essas imagens fornecem novas pistas sobre a formação estelar, bem como a estrutura e evolução galácticas. A divulgação foi feita nesta segunda-feira (29) por cientistas envolvidos no projeto chamado Física em Alta Resolução Angular em Galáxias Próximas (Phangs), operando em diversos observatórios astronômicos renomados.
A galáxia mais próxima entre as 19 é a NGC5068, situada a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra, enquanto a mais distante, a NGC1365, encontra-se a aproximadamente 60 milhões de anos-luz. Galáxias espirais, que se assemelham a enormes cata-ventos, são comuns no universo, e a Via Láctea é um exemplo desse tipo.
Lançado em 2021, o Telescópio Espacial James Webb começou a coletar dados em 2022, transformando a compreensão dos primórdios do universo e proporcionando imagens espetaculares dos cosmos. Esse observatório opera principalmente em infravermelho.
As novas observações foram realizadas pela Câmera Quase-Infravermelha (NIRCam) do Webb e pelo Instrumento de Infravermelhos Médios (Miri). Essas imagens revelam aproximadamente 100.000 aglomerados de estrelas e milhões, ou até bilhões, de estrelas individuais.
O astrônomo da Universidade de Oxford, Thomas Williams, que liderou o processamento de dados, destaca a importância desses dados para uma nova compreensão da fase inicial da formação estelar.
“Não sabemos muito sobre essa fase, nem sequer quanto tempo dura na verdade, e por isso esses dados serão vitais para entender como as estrelas começam suas vidas nas galáxias”, afirmou Williams.
Metade das galáxias espirais possui uma estrutura reta chamada barra, que se estende do centro galáctico onde os braços espirais estão conectados.
“As galáxias se formam de dentro para fora, então vão se tornando cada vez maiores ao longo de sua vida. Os braços espirais agem para varrer o gás que se transformará em estrelas, e as barras agem para canalizar esse gás em direção ao buraco negro central da galáxia”, explicou Williams.
As imagens permitem que os cientistas distinguam detalhadamente a estrutura das nuvens de poeira e gás, nas quais estrelas e planetas se formam. Isso pode ser feito em galáxias além da Grande Nuvem de Magalhães e da Pequena Nuvem de Magalhães, que são consideradas satélites galácticos da Via Láctea.
Janice Lee, astrônoma do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore e principal pesquisadora dos novos dados, enfatizou que as imagens não apenas impressionam esteticamente, mas também contam uma história crucial sobre o ciclo de formação e feedback estelar, envolvendo a energia e o impulso liberados por jovens estrelas no espaço entre elas.
Com informações da CNN Brasil.