De acordo com as apurações da Polícia Federal, foi identificado um grupo de inteligência paralela composto pelo general Augusto Heleno, Mauro Cid e Marcelo Costa Câmara. Este grupo teria supostamente realizado o monitoramento do trajeto, movimentação e paradeiro do ministro Alexandre de Moraes, com a alegada intenção de efetuar sua captura e detenção após a assinatura de um decreto de golpe de Estado.
“A autoridade policial aponta que Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid integraram o núcleo de inteligência paralela, responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na consumação do golpe de Estado. Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguissem à assinatura do decreto de golpe de Estado”, afirma a decisão.
Conforme informações da Polícia Federal, identificou-se a existência de um grupo de inteligência composto por colaboradores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, “que teria monitorado a agenda, o deslocamento aéreo e a localização” do ministro do STF Alexandre de Moraes, “com o escopo de garantir a captura e a detenção do então chefe do Poder Judiciário Eleitoral nas primeiras horas do início daquele plano”.
De acordo com a determinação, Mauro Cid e Câmara utilizavam o pseudônimo “professora” para se referir ao ministro Alexandre de Moraes. As viagens realizadas por Moraes entre Brasília e São Paulo durante o período coincidem com os relatos fornecidos pelos ex-assessores de Bolsonaro, alinhando-se também com as reuniões conduzidas no Palácio da Alvorada sobre a elaboração de um documento com teor golpista.
Veja troca de emnsagem entre Cid e Marcelo Câmara — Foto: Reprodução
“Considerando que a minuta do decreto que declarava o Golpe de Estado previa a prisão do ministro ALEXANDRE DE MORAES, o acompanhamento e monitoramento da autoridade – inclusive durante o Natal (24/12/2022) – demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral”, afirma a decisão.
Com informações de O Globo/DIMITRIUS DANTAS E PATRIK CAMPOREZ