Joveci Xavier Andrade e Adauto Mesquita, detidos hoje pela Polícia Federal (PF), são parceiros em uma rede varejista no Distrito Federal e estão sob investigação na operação Lesa Pátria, que apura os ataques aos Três Poderes ocorridos em 8 de janeiro do ano passado.
Ambos foram presos preventivamente e agora enfrentarão o processo enquanto permanecem detidos. As prisões ocorreram por volta das 6h45 desta quinta-feira, conduzindo os dois até a sede da PF em Brasília.
Conforme a investigação, Adauto é suspeito de realizar doações de R$ 1.300 de maneira fracionada ao acampamento em frente ao quartel-general do Exército. Além disso, a apuração revela que os dois organizaram um grupo no WhatsApp para angariar fundos destinados ao aluguel de lonas para os acampados em frente ao Exército.
Ainda segundo a PF, eles providenciavam semanalmente alimentos e água para os acampados, além de contribuir financeiramente para o custeio dos banheiros químicos instalados na Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília.
Depoimentos na CPI
Eles prestaram depoimento durante a investigação realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CPI-DF) sobre os eventos ocorridos no ano anterior.
Na abertura da sessão, os deputados refutaram as declarações do empresário Joveci Xavier de Andrade. Quando questionado pelo presidente da CPI, o deputado distrital Chico Vigilante (PT), sobre sua participação nos eventos, o empresário negou categoricamente.
“Senhor presidente, falando também por mim, não pelo meu sócio, eu não participei. De nenhum ato.”
Logo em seguida, Chico Vigilante mostrou uma foto do depoente postada nas redes sociais durante a manifestação em que Joveci estava com a camisa do Brasil e com uma placa dizendo: “Supremo é o povo”.
Posteriormente, ele respondeu dizendo que entendeu “participar” de forma diferente. “Eu não entendi ‘participar’ como ir lá. Ir ao QG, eu fui umas três vezes. Entendi o participar de forma diferente”, explicou.
Já Adauto, também na CPI, confirmou que fez três doações “pequenas” para o acampamento.
“Tive quatro doações pequenas que estão aqui, no meu extrato. Uma de R$ 100, de R$ 110 e outra de R$ 1 mil. Foram três”, disse o empresário. Ele negou ter pago um trio elétrico.
Defesa
O advogado Iure de Castro, responsável pela defesa dos dois empresários, expressou a consideração pela realização de investigações pelo Estado, destacando a oportunidade concedida aos investigados para esclarecer completamente as questões em aberto.
A defesa reafirmou o compromisso dos clientes com a democracia, o Estado de Direito, o respeito às instituições, ao processo eleitoral, ao Ministério Público e ao Judiciário, com especial ênfase no Supremo Tribunal Federal, sua instância máxima.
Apesar de não ter tido acesso à decisão do STF, o advogado ressaltou que, desde o início, foram empreendidos esforços para esclarecer todos os fatos, compromisso que será mantido diante da Suprema Corte.
Com informações de CNN