Foto: Ricardo Stuckert / PR
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em ato na avenida Paulista foram uma “confissão dos crimes praticados”. O chefe da pasta foi questionado sobre a manifestação bolsonarista nesta segunda-feira, 26, no Palácio do Planalto.
“Talvez seja a primeira vez na história que pessoas que cometeram atos criminosos chamam evento em praça pública e, na praça pública, em frente à multidão, confessam o crime. E vão além disso, pedem perdão, pedem anistia pelos crimes cometidos”, declarou Rui Costa.
No ato convocado na Paulista, Bolsonaro se disse perseguido e negou envolvimento na tentativa de golpe revelada pela Polícia Federal no início de fevereiro.
“O que é golpe? Golpe é tanque na rua. É arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado. Empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. Fora isso, por que continuam me acusando de golpe? Agora o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição?”, disse Bolsonaro.
Como noticiamos, a Polícia Federal (PF) pretende usar as falas do ex-presidente para reforçar a tese de que, de fato, se arquitetou uma virada de mesa institucional no final de 2022. Segundo os investigadores, já há elementos para implicar o ex-presidente, na pior das hipóteses, no crime de tentativa de golpe de estado.
Para Rui Costa, o ato não representou nenhuma surpresa, “diante do que eles tinham divulgado e diante eventualmente da força que eles tiveram no passado”. Também questionado sobre a manifestação, o presidente petista não quis comentar.
O Antagonista