Cerca de um ano após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, uma pesquisa PoderData realizada entre os dias 27 e 29 de janeiro de 2024 revela que 39% dos brasileiros acreditam que a corrupção no país “aumentou”. Uma parcela menor dos entrevistados (30%) percebe uma “diminuição” na corrupção desde que o presidente assumiu o cargo em janeiro de 2023. Ainda, 19% afirmam que a situação “ficou igual”, enquanto 11% não souberam responder. Vale destacar que esta é a primeira vez que o PoderData aborda esse questionamento com os entrevistados.
O levantamento foi conduzido um pouco mais de sete dias após a participação de Lula na retomada das obras de expansão da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco. Durante o evento, Lula criticou severamente a Operação Lava Jato, que investigou desvios de recursos na petroleira de 2004 a 2012, envolvendo inclusive pessoas ligadas ao PT (Partido dos Trabalhadores). A operação havia interrompido as obras devido a irregularidades, como pagamentos de propina a ex-diretores e superfaturamento.
No mesmo contexto, o presidente afirmou que “tudo o que aconteceu” no país foi resultado de uma colaboração entre juízes e procuradores brasileiros subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que não aceitaram a presença da Petrobras como uma empresa brasileira.
As declarações de Lula no evento levaram os meios de comunicação a relembrar os acontecimentos da Lava Jato, ressaltando os efeitos negativos do excesso de intervenção estatal em alguns casos. Além disso, reacenderam discussões sobre os processos de corrupção envolvendo o próprio presidente e seus aliados.
Na mesma pesquisa, o PoderData revelou que os brasileiros voltaram a se dividir em relação à privatização de empresas estatais após um ano sob o governo de Lula. Em janeiro de 2023, a diferença entre aqueles que eram contra a venda de qualquer empresa estatal e os que consideravam aceitável vender total ou parcialmente era de 11 pontos percentuais. Agora, essa diferença é de apenas 1 ponto percentual.
A pesquisa foi realizada pelo PoderData, empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios. Os dados foram coletados de 27 a 29 de janeiro de 2024, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 229 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.
Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, são mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.
ESTRATIFICAÇÃO
O Poder360 destaca:
- consideram que a corrupção aumentou sob o governo Lula – as taxas são mais altas entre pessoas de 25 a 44 anos (45%), moradores da região Centro-Oeste (45%), pessoas que cursaram o ensino superior (47%) e aqueles que têm renda maior que 5 salários mínimos (46%);
- consideram que a corrupção diminuiu sob o governo Lula – os percentuais são mais altos entre pessoas de 60 anos ou mais (36%), moradores da região Norte (36%), pessoas que cursaram o ensino fundamental (36%) e aqueles que têm renda de até 2 salários mínimos (33%).
Lulistas X Bolsonaristas
Eleitores dos 2 candidatos que disputaram o 2º turno nas eleições de 2022 estão em lados opostos. A maioria (65%) daqueles que votaram em Jair Bolsonaro (PL) acreditam que a corrupção “aumentou”, enquanto 48% dos que votaram em Lula pensam que a corrupção “diminuiu”.
METODOLOGIA
A pesquisa PoderData, conduzida entre os dias 27 e 29 de janeiro de 2024, envolveu entrevistas com 2.500 indivíduos com 16 anos de idade ou mais, abrangendo 229 municípios nas 27 unidades federativas do Brasil. Foi aplicada uma ponderação paramétrica para corrigir desproporcionalidades nas variáveis de sexo, idade, grau de instrução, região e renda. A margem de erro para os resultados é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
As entrevistas foram conduzidas por telefone, abrangendo tanto linhas fixas quanto celulares, através do sistema URA (Unidade de Resposta Audível). Nesse método, os entrevistados ouvem perguntas gravadas e respondem utilizando o teclado do aparelho. O intervalo de confiança do estudo é de 95%.
Para tornar a leitura mais acessível, os resultados da pesquisa foram arredondados. Em decorrência desse processo, pode haver variações no total, e a soma de alguns resultados pode não atingir exatamente 100%. Possíveis divergências entre as frequências totais e os percentuais em tabelas de cruzamento de variáveis podem ser atribuídas a casos de não resposta. Vale destacar que este estudo foi financiado com recursos próprios da PoderData, uma empresa de pesquisa integrante do grupo de mídia Poder360 Jornalismo.
As informações são do Poder 360