Foto: Reprodução/Instagram.
Um dos alvos da operação da Polícia Federal, deflagrada ontem e que mirou um grupo suspeito de tentar dar um golpe após as eleições, é José Eduardo de Oliveira e Silva, pároco católico da diocese de Osasco, na Grande São Paulo.
Quem é o padre?
José Eduardo de Oliveira e Silva, nascido em 5 de fevereiro de 1981 em Piracicaba, interior de São Paulo, mudou-se para Carapicuíba ainda na infância, onde reside e trabalha atualmente.
Ordenado sacerdote da Diocese de Osasco em 2006, pela Igreja Católica, o padre é pároco da Paróquia São Domingos. Possui doutorado em teologia moral pela Universidade da Santa Cruz, em Roma, concluído em 2012, além de um mestrado na mesma instituição, com o tema “O papel global da virtude da religião: uma proposta a partir da doutrina de São Tomás”.
Em 2017, Oliveira e Silva ganhou destaque nas redes sociais ao criticar a “ideologia de gênero”, uma das bandeiras do então candidato Jair Bolsonaro. Chegou a sugerir que a indústria farmacêutica criasse “um calmante em forma de supositório” e expressou saudades “dos tempos em que o banheiro servia só para necessidades fisiológicas e não para exibicionismos de autoafirmação sexual”.
O religioso possui mais de 300 mil seguidores nas redes sociais e, no dia do resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, postou uma foto de um altar com a bandeira do Brasil sobre uma imagem sacra, acompanhada da legenda: “Uns confiam em carros, outros em cavalos. Nós, porém, confiamos no Senhor e, assim, resistiremos.”
“Sou um padre que fala o que pensa, dentro da minha formação católica, com a intenção de dizer algo que julgo ser a verdade para a comunidade. Se isso é polêmico, o que posso fazer?”, disse o Padre José Eduardo ao Agora em 2017.
O que aconteceu?
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva foi um dos alvos da operação da Polícia Federal deflagrada ontem. Ele é investigado por suposta participação em uma organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.
A PF identificou que o padre participou de uma reunião no Palácio do Planalto, em 19 de novembro de 2022, na qual teria sido discutida uma minuta para impedir a posse do presidente eleito, Lula (PT).
Segundo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o padre é citado como integrante do núcleo jurídico do suposto esquema golpista, responsável por assessorar e elaborar minutas de decretos com base jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses do grupo investigado.
Outros integrantes desse grupo jurídico incluem Anderson Torres, Mauro César Cid, Filipe Martins e Amauri Feres Saad.
Os agentes da PF realizaram uma ação de busca e apreensão na residência do padre, confiscando equipamentos e documentos. Além disso, Oliveira e Silva está sujeito a medidas cautelares, como proibição de contato com os demais investigados, restrição de saída do país e entrega de todos os seus passaportes até hoje.
Em uma nota publicada no Instagram, o padre afirmou não ter cooperado ou endossado “qualquer ato disruptivo da Constituição” e expressou sua esperança de que tudo seja esclarecido rapidamente, enquanto se mantém em oração pela Justiça brasileira.
Com informações do UOL.