Foto: Imagem simulada do pouso da sonda Odysseus na Lua (Intuitive Machines)
Após realizar um pouso histórico na Lua, a espaçonave Odysseus, que se tornou o primeiro veículo dos Estados Unidos a pousar suavemente no satélite desde o Apollo 17 em 1972, acabou tombando, conforme relatado pelo The New York Times.
O pouso ocorreu na noite de quinta-feira (22) na região do polo sul lunar, marcando um feito significativo para a Intuitive Machines, empresa responsável por sua construção. Atualmente, a Odysseus encontra-se em uma posição estável próximo ao local de pouso planejado, continuando a se comunicar com o módulo de pouso, apesar da inclinação causada pelo tombamento.
No entanto, o acidente resultou em um posicionamento das antenas da espaçonave que não apontam diretamente para a Terra, o que limita a quantidade de informações que podem ser transmitidas no momento.
“O veículo está em uma posição estável próxima ou no local de pouso planejado”, afirmou Steve Altemus, presidente-executivo da Intuitive Machines, durante uma entrevista coletiva da NASA na sexta-feira (23). “Estamos mantendo a comunicação com o módulo de pouso”, acrescentou. “Para nós, isso é um grande avanço”.
Desafios após o pouso
Embora ainda não tenham sido recebidas fotografias da Odysseus desde o pouso, os engenheiros da Intuitive Machines estão trabalhando arduamente para extrair o máximo de informações possível da espaçonave tombada; Detalhes completos sobre o acidente ainda não foram divulgados, mas os diretores da empresa relataram problemas inesperados que poderiam ter comprometido a missão; No entanto, graças a circunstâncias favoráveis e ao trabalho árduo dos engenheiros, o pouso foi preservado e a espaçonave permanece operacional; O incidente do tombamento abalou a equipe, porém eles mantêm o otimismo em relação às descobertas que ainda podem ser feitas a partir dos dados coletados pela Odysseus na Lua.
Quando a Odysseus chegou à Lua, seu objetivo era entrar em órbita circular a aproximadamente 100 km acima da superfície lunar. No entanto, imprecisões na trajetória resultaram em uma órbita elíptica.
Além disso, uma queima adicional do motor colocou a espaçonave em uma órbita ainda mais precisa.
Os engenheiros enfrentaram o desafio de determinar a proximidade da Odysseus em relação à superfície lunar. Para isso, ativaram os localizadores de alcance a laser, que medem a altitude da espaçonave durante o voo.
Entretanto, descobriu-se que um dos lasers não foi ativado, pois os interruptores de segurança em ambos os lasers estavam acionados quando a Odysseus partiu da Terra.
“Posso rir disso agora”, comentou Altemus. “Tim estava no console como diretor da missão e eu disse: ‘Tim, teremos que pousar sem telêmetros a laser'”, relembrou. “E o rosto dele ficou totalmente pálido, porque foi como um soco no estômago, pensando que perderíamos a missão.”
Diante desse obstáculo, o Dr. Tim Crain, CTO da Intuitive Machines, lembrou-se de um importante backup da Odysseus: o Navigation Doppler Lidar, que a NASA planejava testar. Esse instrumento, composto por três feixes de laser, mede a altitude e a velocidade da espaçonave durante a descida, fornecendo as leituras necessárias.
“Em retrospecto, parece fácil”, disse Crain. Assim, os engenheiros trabalharam para corrigir o software da Odysseus, permitindo que o instrumento fornecesse as leituras ao computador de orientação, navegação e controle.
“Normalmente, o desenvolvimento de software para uma espaçonave levaria um mês”, explicou Crain. “Nossa equipe fez isso em cerca de uma hora e meia.”
No entanto, uma nova complicação surgiu: as modificações no software da Odysseus reiniciaram o computador da espaçonave. Em testes simulados avançados, ficou claro que a espaçonave sairia da trajetória planejada. Os controladores de voo trabalharam incansavelmente para reiniciar o computador sem comprometer a missão.
“Foram horas de tensão”, disse Altemus. “Foi um momento de muita ansiedade.”
Apesar dos contratempos, a equipe conseguiu resolver os problemas. No entanto, a Odysseus desceu mais rápido do que o esperado e, possivelmente, uma das pernas de pouso ficou presa na superfície, causando o tombamento da espaçonave.
Os engenheiros continuam trabalhando para resolver os desafios técnicos e estão otimistas em relação às possíveis descobertas que a missão ainda pode proporcionar.
Com informações do Olhar Digital.