Um recente relatório divulgado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revela que o Irã ampliou seu estoque de urânio, atingindo material suficiente para a potencial construção de várias bombas atômicas.
Segundo o documento inicialmente obtido pela Associated Press, Teerã aumentou suas reservas de urânio em 1.038,7 kg, alcançando um total de 5.525,5 kg. Destes, a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 121,5 kg estejam enriquecidos em até 60%. A AIEA enfatiza que, para a construção de uma bomba atômica, são necessários 42 kg da substância com uma pureza de 90%.
Essa revelação da AIEA ocorre alguns meses após Teerã intensificar suas ações em desafio ao Ocidente, que já manifestava preocupações em relação ao programa nuclear iraniano. No início de 2023, o órgão regulador nuclear global informou ter encontrado partículas de urânio enriquecido em 83,7% no Irã.
No final do mesmo ano, o país, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, tornou mais difícil a inspeção de seu programa nuclear, contrariando as promessas anteriores de cooperação com a AIEA. Isso aconteceu meses após o Irã ter anunciado que colaboraria com a agência, mas foi constatado que retomou o enriquecimento de urânio, desrespeitando as determinações do órgão regulador.
Desde 2020, o Irã vem anunciando o aumento nos níveis de enriquecimento de urânio após sua retirada do acordo nuclear de 2015, firmado com os Estados Unidos, Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia. Na época, havia sido estabelecido um limite de 3,67% para o enriquecimento da substância no país, com um estoque máximo de 300 kg.
No entanto, a decisão dos Estados Unidos de abandonar o pacto em 2018, durante o governo de Donald Trump, e o subsequente assassinato do general Qasem Soleimani, foram fatores cruciais para a saída do Irã do acordo e o aumento da atividade nuclear no país.
Com informações de Metrópoles