O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), a ter acesso às provas do inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga suspeitas de uma rede de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro tenha atuado no núcleo político da chamada “Abin paralela”, que tinha como alvo os opositores do ex-mandatário.
É importante ressaltar que a autorização não inclui o acesso às diligências em andamento. Após ser alvo de um mandado de busca e apreensão na última segunda-feira, o vereador solicitou ao STF, por meio de sua defesa, acesso ao inquérito da PF. O pedido foi formalizado na própria segunda-feira.
Em comunicado, Carlos Bolsonaro reiterou que não possui qualquer ligação com a Abin e que nunca solicitou nem recebeu informações de pessoas vinculadas à agência.
“O vereador Carlos Bolsonaro reitera que não possui qualquer ligação com a ABIN e tampouco solicitava e/ou recebia de pessoas vinculadas à agência qualquer tipo de informação e dados de terceiras pessoas”, diz a nota da defesa de Carlos.
Conforme as investigações em curso, há suspeitas de que Carlos Bolsonaro tenha recebido informações provenientes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), obtidas pelo então chefe da agência, Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente deputado federal.
Ramagem também está sendo investigado e foi alvo de busca e apreensão na quinta-feira passada.
Ramagem nega
Em nota divulgada na semana passada, a Abin disse que “é a maior interessada” na apuração dos fatos e que continuará a colaborar com as investigações. “Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações”, disse o órgão.
Ramagem disse, também na semana passada, que nunca teve acesso às senhas de sistemas de monitoramento para espionar autoridades públicas e cidadãos comuns.
— Nós da direção da Polícia Federal, policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, execução, gestão ou senha desses sistemas — disse Ramagem à Globo News.
Com informações de O Globo