foto: Ricardo Stuckert / PR
Nesta quarta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a chamar a guerra na Faixa de Gaza de genocídio, em sua fala no encontro de líderes do Caribe em Georgetown, capital da Guiana.
“Uma guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta, porque encarece os preços dos alimentos e dos fertilizantes. O genocídio na Faixa de Gaza afeta toda nossa humanidade, porque questiona nosso próprio senso de humanidade, e confirma uma vez mais a preferência pelos gastos militares em vez de investimentos ao combate à fome, na Palestina, Áftica, América do Sul e Caribe”, disse o presidente durante a reunião da Caricom (Comunidade do Caribe).
Petista tem criticado a defesa de Israel ao ataque do grupo terrorista que desencadeou a guerra em 7 de outubro. Em sua declaração mais recente, que colocou o Brasil em meio a uma crise diplomática, Lula comparou a situação na Faixa de Gaza com as mortes de judeus por Hitler durante a segunda-guerra mundial
Em resposta aos desdobramentos, Lula esclareceu que não usou a palavra “Holocausto” em seu discurso e reiterou a defesa do Brasil pelo cessar-fogo e pela abertura de corredores humanitários.
As autoridades israelenses também alteraram o protocolo para reuniões com representantes estrangeiros, decidindo realizar uma reunião com o embaixador do Brasil no Museu do Holocausto em Jerusalém, em resposta às declarações de Lula, o que foi criticado por diplomatas brasileiros.
Além disso, o ex-presidente mencionou outros conflitos mundiais, como o da Ucrânia, alertando para os impactos negativos dessas situações, como a destruição e o aumento dos preços dos alimentos. Ele evitou mencionar diretamente a tensão entre Venezuela e Guiana sobre a região de Essequibo, na qual o Brasil tem atuado como mediador.
“Não é possível que o mundo gaste por ano US$ 2,2 trilhões em armas. Todos sabemos que guerras provocam destruição, sofrimento e mortes, sobretudo de civis e inocentes. O Brasil seguirá lutando pela paz mundial. Uma guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta porque encarece os preços de alimentos e fertilizantes.”
Lula destacou a importância da Caricom em seu discurso, ressaltando a necessidade de manter a região como uma zona de paz, apesar das rivalidades geopolíticas.
“A Caricom abriu-se para o Sul, rejeitando a condição de zona de influência de potências alheias à região. Temos o desafio de manter nossa autonomia em meio a rivalidades geopolíticas. Cabe a nós manter a região como zona de paz. Abrigamos sociedades multiétnicas, entrelaçadas por culturas vibrantes”, disse o petista
O ex-presidente viajou para Georgetown para participar da cúpula da Caricom e posteriormente seguirá para São Vicente e Granadinas, onde discutirá o conflito entre Guiana e Venezuela e se encontrará com o presidente Nicolás Maduro.
Gazeta Brasil