Na tarde de quinta-feira (15), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apontou uma série de circunstâncias que teriam contribuído para a fuga dos detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) na madrugada de quarta-feira (14). Além da presença de ferramentas de construção distribuídas pelo presídio de segurança máxima, o ministro destacou possíveis falhas no funcionamento de câmeras e detectores de movimento, bem como equívocos estruturais. Ele também mencionou que os agentes penitenciários estavam em um estado de maior descontração devido ao feriado de carnaval.
Lewandowski minimiza fuga de presídio de segurança máxima: "era Carnaval" pic.twitter.com/aGqRHbMclq
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) February 16, 2024
— O que sabemos até o momento é que houve uma série de fatores que causaram a fuga desses dois detentos — disse Lewandowski. — É um pouco como a queda de um avião: não há uma causa única, há uma série de causas. Ocorreu numa terça-feira de carnaval, de terça para quarta-feira de cinzas, onde eventualmente as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer neste momento.
O ministro revelou que os materiais utilizados na construção da estrutura do presídio não estavam armazenados adequadamente. De acordo com ele, os detentos conseguiram facilmente remover uma chapa de metal improvisada que os separava do lado externo da prisão, utilizando um alicate encontrado na área de construção para romper as grades.
Lewandowski destacou a identificação de uma falha no projeto do complexo penitenciário que facilitou a fuga.
Os fugitivos, Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, considerados de “alta periculosidade” e associados ao Comando Vermelho, escaparam da unidade de segurança máxima por volta das 3h30 desta quarta-feira. Eles criaram um buraco no teto utilizando uma luminária e adquiriram um alicate no canteiro de obras para cortar o alambrado e efetuar a fuga.
Lewandowski descreveu a evasão como tendo baixo custo e falta de planejamento.
— Não imaginamos que tenha sido algo arquitetado com dinheiro. Foi uma fuga que custou muito barato e foi efetuada com o que foi encontrado no local. Eles conseguiram (um alicate) porque estava jogado num canteiro de obras. (As ferramentas) deveriam estar trancadas numa arca, num baú, longe dos presos — disse o ministro.
Com informações de O Globo