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O juiz corregedor Walter Nunes, encarregado das inspeções mensais na penitenciária federal de Mossoró (RN), afirmou que a fuga de presos em 14 de fevereiro não foi causada pela falta de câmeras ou pela obra em andamento no presídio. Em entrevista ao jornal O Globo, ele atribuiu a fuga a uma falha na vigilância das celas individuais dos detentos.
“Nem a obra em andamento, nem a ausência de câmeras foram responsáveis pela fuga. O que teria evitado é se as celas tivessem sido inspecionadas diariamente. Os policiais penais são valorosos, dedicados, verdadeiros heróis, mas houve um erro de procedimento”, declarou o juiz.
Nunes enfatizou que é fundamental que os policiais penais inspecionem as celas diariamente, pois isso impediria a fuga. Ele ressaltou que os presos não devem controlar as celas, e estas devem ser inspecionadas regularmente para evitar incidentes.
Em janeiro, o juiz Nunes enviou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um relatório afirmando que a penitenciária supostamente de segurança máxima apresentava “boas condições”.
Detalhes da Fuga
Os dois detentos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró em 14 de fevereiro foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 34 anos, ambos naturais do Acre.
A fuga ocorreu quando os detentos conseguiram escapar pelo revestimento mal feito ao redor da luminária da cela e depois passaram pelas tubulações até alcançar o teto. Utilizando ferramentas encontradas no local, cortaram as grades da penitenciária.
Medidas de Segurança e Investigação
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apontou falhas no sistema de segurança do presídio federal de Mossoró, incluindo problemas no circuito de câmeras, na iluminação dos corredores e na guarda de ferramentas.
Após o incidente, Lewandowski anunciou um conjunto de medidas que serão adotadas nos cinco complexos de segurança máxima controlados pelo governo federal.
O caso está sendo investigado administrativamente e pela Polícia Federal. A Corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais afastou quatro diretores da penitenciária até a conclusão das investigações sobre a fuga, que é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal.
Com informações do O Antagonista.