Um novo livro, intitulado “Brazil’s International Status and Recognition as an Emerging Power” (O status internacional do Brasil e o seu reconhecimento como uma potência emergente, em tradução livre), revela que há uma grande discrepância entre a ambição do Brasil de se tornar uma potência mundial e a importância atribuída ao país pelas cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Segundo a pesquisa conduzida pelo jornalista e pesquisador Daniel Buarque, o Brasil é percebido como um país de pouca importância, incapaz de influenciar questões estratégicas globais. No entanto, as grandes potências preferem tê-lo como aliado a vê-lo se alinhar a rivais.
Buarque utiliza a metáfora do “peão cobiçado” para ilustrar essa dinâmica, destacando que, no cenário geopolítico global, o Brasil é visto como a peça menos relevante e poderosa. Apesar disso, as potências mundiais desejam tê-lo ao seu lado como aliado. A pesquisa coletou opiniões de 94 diplomatas, ex-embaixadores, cientistas, empresários, funcionários governamentais e jornalistas.
A discrepância entre a ambição brasileira de ser uma potência e a percepção internacional impacta negativamente as iniciativas de política externa do país. Exemplos citados incluem o acordo mediado pelo Brasil com o Irã e a Turquia sobre questões nucleares, bem como tentativas de mediação em conflitos internacionais. O livro destaca a necessidade de o Brasil equilibrar suas ambições globais com a realidade de sua influência no cenário internacional.
Com informações do O Antagonista.