Aos 40 segundos de encerramento da prova de corrida do Teste de Aptidão Física (TAF) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no último domingo (28/12), Gabriela Rosa Gontijo (destacada na foto), de 27 anos, sofreu um mal súbito e caiu com o joelho na pista.
Juntamente com Gabriela, outras duas jovens também perderam o equilíbrio e caíram. O incidente foi capturado em transmissões ao vivo que documentavam os testes para concursos. Gabriela recebeu atendimento imediato e foi encaminhada ao hospital, mas infelizmente não resistiu. Além disso, seu corpo apresentava escoriações no joelho.
Imagens mostram momento em que jovem desmaia antes de morrer após TAF da PM pic.twitter.com/PtwCyGRMyp
— Diario do Brasil Notícias (@diariobrasil_n) February 2, 2024
Tio de Gabriela, Rodrigo Siqueira estava assistindo a cena e torcendo quando percebeu que algo estava estranho. “Minha mulher mesmo que viu e a gente ficou achando que parecia a Gabriela, ficamos sem saber ao certo”, comentou Rodrigo.
As baterias do TAF são organizadas por ordem alfabética. “Então tinham muitas Gabrielas participando, não dava pra saber”. O cinegrafista é amigo de uma que tem o sobrenome em comum à da vítima e por isso grita “vai, Gontijo” se referindo a outra candidata da prova. Ele preferiu não se identificar para a reportagem.
“Eu não sabia quem era que tinha caído, mas logo depois chegou mensagem no grupo pedindo orações à Gabi e fiquei preocupado”. Ele contou que tinha ao menos três amigas do mesmo nome e outra chamada Geovana na competição.
Demora em atendimento
O vídeo do momento é para o pai de Gabriela uma angústia. “Eu fiquei sabendo que o atendimento à minha filha demorou mais de 20 minutos ali, sem levar ela para o hospital”, revoltou Hélio Gontijo.
Ele também criticou a escolha inicial de levar a filha para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Núcleo Bandeirante. “Minha filha estava morrendo e levaram para um lugar que não tinha uma UTI”. Segundo o relato, a família esperou 14 horas para a liberação de um leito em para internar Gabriela. Apenas no dia seguinte, ela foi transferida para o Hospital Daher.
“Acho que se tivesse tido o atendimento correto eu não teria enterrado minha filha”, disse. Gabriela morreu na noite de segunda-feira (29/1).
Investigação
A investigação do caso está a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Wisllei Salomão, responsável pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) e encarregado das apurações, informou que o corpo de Gabriela foi submetido a exames no Instituto de Medicina Legal (IML). O laudo resultante desses exames será crucial para determinar as circunstâncias da morte.
Em grupos nos aplicativos WhatsApp e Telegram com concurseiras da PMDF, colegas de concurso fizeram orações pela jovem e, após receberem a notícia da morte, lamentaram o ocorrido. “Que sentimento horrível. [Ela era] tão cheia de sonhos. Isso me quebra”, disse uma participante.
Por meio de nota, a PMDF informou lamentar “profundamente o ocorrido” e se solidarizou com parentes e amigos da candidata.
“Com relação ao Teste de Aptidão Física (TAF), cabe esclarecer que todos os aspectos que envolvam a aplicação das provas são de responsabilidade da banca examinadora. Não houve qualquer participação da Polícia Militar do Distrito Federal durante os dois dias do TAF”, destacou a corporação.
Com informações de Metrópoles