Foto: Paulo Andrade, primeiro dono da Boi Gordo. Reprodução/VEJA.
O “Boi Gordo”, um dos esquemas de pirâmide financeira mais notórios da década de 1990, prometia altos retornos em pouco tempo, mas deixou um rastro de prejuízo para mais de 30 mil investidores. Sob a fachada da empresa Fazendas Reunidas Boi Gordo, o golpe conquistou investidores com a oferta de investimentos em fazendas de gado, apresentados como lucrativos e seguros.
O esquema ganhou popularidade em 1996, quando começou a oferecer publicamente investimentos em gado nelore nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com um agressivo marketing, que incluía propagandas durante o intervalo da novela “Rei do Gado”, o “Boi Gordo” atraiu investidores de todo o país e até do exterior, incluindo celebridades como Marisa Orth, Benedito Ruy Barbosa e Vampeta.
No entanto, nos bastidores, o esquema funcionava como uma típica pirâmide financeira, onde os rendimentos dos investidores mais antigos eram financiados pelas entradas dos novos. Em 2001, o esquema colapsou, deixando milhares de investidores sem receber seus retornos e resultando em um prejuízo estimado em bilhões de reais.
Após uma concordata em 2003, a empresa faliu em 2004, mas os danos continuaram a se estender para os investidores. O empresário Paulo Roberto de Andrade, apontado como o responsável pelo esquema, não foi criminalmente responsabilizado. Em um complicado enredo, parte dos ativos da empresa foi vendida a outros grupos, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro e resultando em uma longa batalha legal para os investidores lesados em busca de compensação.
Com informações do UOL.