No último final de semana, as companhias aéreas Alaska Airlines e United Airlines retomaram os voos de alguns de seus aviões Boeing Max 9, que estavam anteriormente impedidos de voar devido a um incidente em que o painel da porta de um Max 9 explodiu em voo no dia 5 de janeiro.
Embora as empresas, os reguladores e a Boeing assegurem que os aviões foram considerados seguros após um processo de inspeção e manutenção aprovado pelo governo dos Estados Unidos, críticos argumentam que essas aeronaves sempre foram problemáticas. Dois acidentes envolvendo o modelo Max 8 ocorreram em 2018 e 2019, resultando na trágica morte de 346 pessoas.
“Eu não confiaria em pilotar um avião Max”, afirmou Ed Pierson, ex-gerente sênior da Boeing, ao Los Angeles Times. Pierson, que trabalhou na fábrica de produção dessas aeronaves, destacou a pressão enfrentada pelos funcionários para acelerar as entregas. Ele revelou ter tentado alertar sobre as preocupações de segurança antes do primeiro acidente.
Outro ex-funcionário da empresa, Joe Jacobsen, que desempenhou papéis como engenheiro tanto na Boeing quanto na Administração Federal de Aviação, também expressou críticas severas à companhia. “Eu aconselharia minha família a evitar o Max. Na verdade, eu recomendaria isso a todos”, disse Jacobsen.
Especialistas em segurança da aviação veem a recente explosão como apenas um exemplo de um problema mais amplo na cultura da fabricante e argumentam que a Boeing necessita de uma mudança significativa em sua abordagem.
Pierson acredita que permitir que o modelo Max 9 retorne aos voos é “mais um exemplo de má tomada de decisão que coloca em risco a segurança pública”. Jacobsen concorda, chamando a decisão de permitir que essas aeronaves voem novamente de “prematura” e ressaltando que ele e outros defensores da segurança têm alertado sobre vários problemas nos modelos Max 8 e Max 9 há anos.
Ao Los Angeles Times, a Boeing declarou que não comentaria as declarações de seus ex-funcionários.
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