A Lyft cometeu um equívoco significativo ao divulgar seu balanço financeiro, ao adicionar um zero a mais em um indicador crucial para o mercado financeiro. Essa discrepância levou as ações da empresa a dispararem impressionantes 67% nas negociações após o fechamento oficial da Bolsa de Londres na terça-feira.
Menos de uma hora após a divulgação inicial, o diretor financeiro Erin Brewer corrigiu o erro em uma teleconferência com analistas, esclarecendo que a empresa esperava um aumento de 50 pontos-base (0,5%) em suas margens, não 500 pontos-base (5%), conforme inicialmente divulgado. Brewer admitiu que o comunicado à imprensa estava incorreto, respondendo a perguntas dos analistas.
Posteriormente, um porta-voz da Lyft atribuiu o deslize a um “erro administrativo”. A empresa corrigiu imediatamente sua declaração e ajustou os registros junto ao órgão regulador do mercado, resultando em uma queda acentuada nas ações.
Apesar disso, quando as negociações do pré-mercado abriram na manhã seguinte, quarta-feira, as ações ainda registravam uma alta de 20% em relação às cotações antes da divulgação do balanço.
O episódio foi descrito por alguns analistas como um “desastre de proporções épicas”. Dan Ives, analista da Wedbush Securities, destacou que em seus quase 25 anos de experiência, nunca havia testemunhado um erro tão significativo.
A correção, embora tenha obscurecido um sólido desempenho da Lyft no último trimestre, ressaltou a importância de seus esforços contínuos para aumentar o número de passageiros e competir com a Uber. Brad Foster, sócio especializado em litígio de títulos no escritório de advocacia corporativa Haynes Boone, observou que a Lyft agiu corretamente ao corrigir rapidamente o erro, ressaltando que os erros não são equivalentes a fraudes.
No entanto, o incidente destaca a vulnerabilidade do mercado financeiro, cada vez mais operado por algoritmos, onde erros como esse podem resultar em variações significativas nas ações em questão de minutos.
Efeito Taylor Swift
No último trimestre, a Lyft registrou uma receita de US$ 1,22 bilhão, marcando um aumento de 4% em comparação ao ano anterior, em consonância com as projeções estabelecidas. Para os primeiros três meses deste ano, a empresa antecipou um lucro de até US$ 55 milhões, superando as previsões dos analistas, que estimavam um valor de US$ 49,5 milhões.
Além disso, a Lyft anunciou um incremento de 10% no número de passageiros ativos em sua plataforma durante o quarto trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 22,4 milhões de usuários. No ano anterior, a Lyft contabilizou mais de 40 milhões de passageiros, estabelecendo assim o maior número anual de passageiros em sua história.
Assim como várias áreas da economia dos Estados Unidos, a Lyft também se beneficiou do “efeito Taylor Swift”. Grandes eventos em estádios, como os shows de Swift e Beyoncé, o US Open e jogos de futebol americano, contribuíram para um aumento de 35% nas viagens, conforme declarado pela empresa.
Com informações de O Globo