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O embaixador Fernando Simas Magalhães, indicado por Lula para assumir a embaixada do Brasil em Haia, na Holanda, teve participação na reunião entre Jair Bolsonaro e membros do alto escalão do governo em julho de 2022. Na ocasião, Magalhães ocupava o cargo de secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores (MRE), atuando como “número 2” da pasta.
Na condição de ministro interino das Relações Exteriores, Magalhães compareceu à reunião. Carlos Alberto França, o ministro titular na época, estava ausente, representando o Brasil em compromissos internacionais em Bali, na Indonésia.
Durante a reunião, gravada em vídeo, o ex-presidente Bolsonaro discutiu estratégias para evitar a posse de Lula em caso de derrota nas eleições de 2022. A presença de Magalhães nesse encontro levou parte da base de Lula a exigir sua exoneração do cargo de embaixador. No entanto, o presidente pretende mantê-lo na função.
Embora presente na reunião, Magalhães não fez intervenções. Sua posição como o segundo na hierarquia do ministério, em caráter interino, não previa uma postura contrária às orientações do então presidente Bolsonaro.
O vídeo da mencionada reunião foi usado pela Polícia Federal (PF) como fundamento para a operação Tempus Veritatis, deflagrada na quinta-feira (8/2), que investiga um suposto plano de golpe de Estado pós-eleitoral. Na gravação, Magalhães é identificado no lado esquerdo, ocupando o quarto assento a partir de Bolsonaro, ao lado do então ministro da Justiça Anderson Torres.
Trajetória:
Magalhães foi nomeado para a Secretaria-Geral do MRE em 2 de junho de 2021, durante a gestão de Carlos Alberto França, que assumiu o cargo após atuar como assessor-chefe na Assessoria Especial de Bolsonaro.
Indicado por Lula para a embaixada de Haia em 16 de maio de 2023, teve sua nomeação aprovada pelo Senado em 31 de maio e efetivada em 20 de junho.
Como diplomata desde 1980, Magalhães serviu em várias embaixadas brasileiras, incluindo Washington, Moscou, Quito e Madri, além de representar o Brasil na Missão junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Anteriormente, ocupou o cargo de embaixador do Brasil no Equador entre 2010 e 2015 e atuou como representante permanente do Brasil na OEA antes de assumir a Secretaria-Geral do MRE no governo Bolsonaro.
Com informações do Metrópoles.