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O veterano ativista de direitos humanos russo Oleg Orlov foi condenado a 2,5 anos de prisão nesta terça-feira (27) por “desacreditar as Forças Armadas” ao protestar contra a guerra na Ucrânia e acusar o presidente Vladimir Putin de liderar uma descida ao fascismo.
Orlov, líder do grupo de direitos Memorial que ganhou uma parte do Prêmio Nobel da Paz em 2022, foi acusado depois de participar de manifestações contra a guerra e escrever um artigo intitulado Eles queriam o fascismo. Eles conseguiram.
“O veredito mostrou que meu artigo era preciso e verdadeiro”, disse Orlov, de 70 anos, ao ser levado algemado após a sentença. Ele foi aplaudido por apoiadores no tribunal de Moscou, incluindo representantes de embaixadas ocidentais.
O Memorial, fundado em 1989, tem defendido a liberdade de expressão e documentado abusos de direitos humanos desde a época do líder soviético Josef Stalin até o presente. Depois de ser designado como “agente estrangeiro”, o grupo foi banido e dissolvido na Rússia em 2021.
A promotoria disse que Orlov havia demonstrado “ódio político à Rússia”. Em seu discurso de encerramento do julgamento na segunda-feira (26), ele criticou o “estrangulamento da liberdade” no país, ao qual se referiu como uma “distopia”.
O Memorial disse em um comunicado: “A sentença contra Oleg Orlov é uma tentativa de abafar a voz do movimento de direitos humanos na Rússia e qualquer crítica ao Estado. Mas continuaremos nosso trabalho”.
Orlov foi acusado de acordo com as leis aprovadas logo após o início da guerra na Ucrânia que preveem penas de prisão para aqueles considerados culpados de desacreditar as Forças Armadas ou divulgar informações falsas sobre elas.
Putin pediu que os russos demonstrem união e se atentem ao que ele chama de traidores pró-ocidentais enquanto suas forças conduzem o que ele chama de “operação militar especial” na Ucrânia.
Os principais críticos de Putin estão na prisão ou no exterior. Seu oponente mais conhecido, Alexei Navalny, morreu repentinamente em uma colônia penal em 16 de fevereiro.
ABr