Foto: EFE/Yander Zamora
O regime comunista de Cuba anunciou nesta quarta-feira (28) que aplicará a partir de sexta-feira (1º de março) um aumento maciço de mais de 400% nos preços de varejo dos combustíveis, que entraria em vigor no dia 1º de fevereiro, mas foi adiado após um ataque cibernético.
O movimento ocorre após o país comunista solicitar ajuda pela primeira vez à direção do Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, devido às dificuldades que está tendo para continuar a distribuir leite subsidiado a crianças menores de sete anos.
A medida do regime comunista de Miguel Díaz-Canel faz parte de um plano de ajuste – que inclui aumentos acentuados nas tarifas de água, eletricidade e transporte interprovincial – com o qual a ditadura pretende “reanimar a economia nacional”, que está em profunda crise há três anos, e reduzir o grande déficit público.
De acordo com relatos da imprensa estatal, o anúncio foi feito em entrevista coletiva com a presença de dois ministros, para a qual jornalistas internacionais credenciados no país não foram convidados.
Quando o aumento for implementado, a gasolina comum passará dos atuais 25 pesos (CUP) para 132 pesos (de R$ 1 para R$ 5,40, de acordo com a taxa de câmbio oficial para pessoas físicas).
Isso significa que um cubano terá de pagar 5.280 CUP (cerca de R$ 218) para encher um tanque de 40 litros, quando o salário médio do Estado é de pouco mais de 4.200 CUP (R$ 173 na taxa de câmbio oficial, mas R$ 70 no mercado informal generalizado).
Na coletiva também foi informado que, no dia 1º de março, os aumentos nas tarifas de água e eletricidade – que também foram congelados “até novo aviso” após a suspensão do aumento do combustível – também entrarão em vigor.
O aumento também anunciado no transporte interprovincial (de até 600%) não será aplicado por enquanto, nem a alta de 25% no preço do botijão de gás.
O ministro de Finanças e Preços do regime comunista, Vladimir Regueiro Ale, disse que a ditadura cubana está “consciente de que a medida tem um impacto inflacionário, já que o combustível é um produto que impacta em toda a economia”, segundo o site ligado ao regime da ilha Cubadebate.
O ministro acrescentou que o regime cubano adotou um conjunto de decisões que atenuam o impacto inflacionário dessa medida, possivelmente referindo-se à decisão de não aplicar os aumentos planejados aos atacadistas.
A ditadura cubana havia garantido anteriormente que essas medidas só seriam aplicadas quando as condições fossem adequadas e que seria dado apoio aos grupos vulneráveis, embora até o momento não tenha indicado publicamente quem são esses grupos populacionais ou como serão ajudados.
Regueiro acrescentou que os preços atuais dos combustíveis não refletiam os custos reais para o país na aquisição do produto no exterior.
Em dezembro do ano passado, o regime cubano fez um anúncio surpresa de um grande plano de ajuste com o objetivo de “corrigir distorções”, o que gerou muita controvérsia no país devido à situação difícil em que vive a grande maioria dos cubanos.
Além desses aumentos, o plano previa uma nova desvalorização do peso, que ainda está sendo estudada, e o fim gradual dos subsídios universais aos produtos para dar lugar a um sistema de ajuda aos necessitados.
O país encerrou 2023 com uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) de entre 1% e 2% (ainda abaixo do nível de 2019) e anunciou que o déficit público deste ano será de 18,5%, pelo quinto ano consecutivo no vermelho.
As dificuldades econômicas crônicas de Cuba degeneraram nos últimos três anos em uma grave crise devido às políticas macroeconômica, comercial e monetária nacional adotadas pelo regime comunista que controla a ilha.
(Com Agência EFE)