Foto: Nasa/JPL-Caltech/Divulgação)
Enquanto a humanidade ainda estuda formas de os astronautas sobreviverem ao ambiente inóspito de Marte, cientistas descobriram que a atmosfera livre de oxigênio, a radiação direta do Sol e a falta de nutrientes podem não ser tão hostis para bactérias causadoras de doenças.
A descoberta foi publicada em janeiro deste ano na revista científica Astrobiology.
Como mostra o site americano IFL Science, a equipe liderada pelo pesquisador alemão Tommaso Zaccaria, do Centro Aeroespacial Alemão, em Colônia, decidiu ver como alguns micróbios comuns se comportariam em um ambiente que simulava as condições do Planeta Vermelho.
Os autores expuseram quatro bactérias (Burkholderia cepacia, Klebsiella pneumonias, Pseudomonas aeruginosa e Serratia marcescens) às mesmas condições de ar, à química do solo e à radiação ultravioleta que os robôs espaciais da Nasa encontraram em Marte.
As respostas das espécies bacterianas variaram. A B. cepacian aparentemente não consegue se manter na presença de perclorato de sódio – comum em salmouras marcianas –, a menos que seja alimentada com glicose. Por outro lado, o perclorato de sódio não parece incomodar a K. pneumoniae. A falta de água em Marte reduziu drasticamente o número de micro-organismos. No entanto, todas as quatro bactérias sobreviveram (pelo menos até certo ponto) durante dias ou semanas, e tiveram melhor desempenho quando alimentadas com uma imitação de regolito (solo) marciano do que apenas com açúcar.
No teste final, com a exposição a todos os fatores ambientais do Planeta Vermelho, a bactéria S. marcescens, em particular, se mostrou “pronta” para viver tranquilamente em nosso vizinho, revela o IFL Science. Normalmente, as infecções hospitalares associadas a esse micróbio afetam o trato urinário e deixam as feridas contaminadas.
“No início, pensamos que o regolito [solo marciano] teria um efeito tóxico nas células, limitando o seu crescimento. Mas, em vez disso, testemunhamos justamente o oposto”, diz Tommaso Zaccaria, citado pelo site americano.
Os cientistas suspeitam que isso pode ocorrer porque as partículas do solo oferecem uma espécie de proteção para os micro-organismos se esconderem da luz ultravioleta e de outras ameaças à sobrevivência deles.
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