Dezenas de organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos realizaram protestos em Caracas, na quarta-feira (14 de fevereiro), contra a detenção e o desaparecimento da ativista Rocío San Miguel. A presidente da ONG Controle Cidadão foi presa no principal aeroporto da Venezuela enquanto se preparava para viajar e está há mais de 100 horas incomunicável, segundo denúncia de seus advogados. As informações são do O Antagonista.
O caso gerou preocupação internacional, com o escritório de Direitos Humanos da ONU e o governo dos Estados Unidos acompanhando de perto. Cinco parentes de San Miguel também foram detidos, sendo alguns posteriormente liberados sob condições.
Advogados não conseguiram estabelecer contato com San Miguel, e há temores de que ela esteja detida no centro de tortura El Helicoide. Organizações de direitos humanos expressaram apoio à ativista e apresentaram um documento às Nações Unidas exigindo uma declaração.
O protesto contou com defensores dos direitos humanos que descreveram a prisão de San Miguel como “um ataque frontal e feroz contra o movimento pelos direitos humanos na Venezuela”. Os ativistas rejeitaram possíveis confissões obtidas sob coação e pediram atenção internacional para o caso.
Na noite de quarta-feira, os tribunais do regime executaram uma ordem de confisco da casa de Rocío San Miguel, alegando que seus bens estariam sendo usados para financiar o terrorismo. A ativista é reconhecida por seu trabalho na defesa dos direitos humanos e pela ONG que monitora violações no país.
Rocío San Miguel é uma advogada venezuelana de 57 anos, conhecida por sua atuação em Direitos Humanos e pelo amplo conhecimento na legislação militar do país. A detenção dela e de seus familiares gerou preocupações sobre a repressão a defensores dos direitos humanos na Venezuela.