A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) solicitou a autoridades brasileiras o compartilhamento de uma lista secreta dos Estados Unidos contendo os nomes de 1.500 russos considerados personae non gratae, indicados pelas forças policiais americanas como espiões a serviço de Vladimir Putin. O pedido tinha o objetivo de verificar a presença de Sergei Vladimirovich Cherkasov, detido no Brasil por uso de documento falso, entre os potenciais espiões. No entanto, a lista nunca chegou à Abin.
A lista em questão foi elaborada pela administração dos EUA, sendo considerada confidencial. A Abin buscava confirmar se Cherkasov, que também enfrenta acusações de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção, estava incluído nessa relação. O acesso à lista torna-se relevante devido ao pedido de extradição feito pelos EUA, ampliando as suspeitas sobre a possível inclusão de Cherkasov na lista da inteligência americana.
O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça recusou o pedido de compartilhamento da lista, pois a Rússia já havia solicitado a extradição de Cherkasov, sendo autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, a entrega do russo à Rússia está temporariamente suspensa por decisão do ministro Edson Fachin, aguardando a conclusão das investigações da Polícia Federal sobre sua suposta participação em uma rede de espionagem em diversos países.
Apesar da homologação da extradição voluntária por Fachin em março do ano passado, a paralisação do processo indica a necessidade de esclarecimentos sobre as atividades de Cherkasov, especialmente se comprovada sua ligação com atividades de espionagem em território brasileiro e internacional.
Com informações da revista Veja.