Tércio Teixeira/Flickr Domingos Brazão
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão disse, em entrevista nesta terça-feira (23) ao Metrópoles, que o assassinato da vereadora Marielle Franco trouxe benefícios políticos ao PSol, sigla da parlamentar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O político avaliou que, eleitoralmente, houve uma vitimização por parte dos membros do partido. “Acredito que eleitoralmente isso interesse ao PSol. O PSol não faz obra, o PSol não troca lâmpada, o PSol não bota asfalto, o PSol não emprega na prefeitura nem em qualquer lugar”, argumenta. “O PSol vive dessas coisas”, complemento ele, que teria sido citado em delação do ex-PM Ronnie Lessa como mandante do assassinato da vereadora, ocorrido em 2018.
Para Brazão, “ninguém tirou mais proveito da morte da Marielle do que o PSol”.”Isso é um fato. Não é porque o PSol queira se aproveitar disso. É porque vitimiza e está lá.”
Brazão ironizou o fato de que, mais uma vez, seu nome esteja citado no noticiário como um suposto envolvido no crime. “O Ministério Público do Rio, o Grupo de Combate ao Crime Organizado, a Polícia Federal, a Polícia Civil… Nos últimos tempos, o Rio está vendo um enorme número de milicianos sendo presos. E eu nunca tive nenhum envolvimento. Não posso acreditar que todas essas autoridades estão me protegendo, colocando seus cargos e funções em risco.”
O conselheiro criticou ainda o fato de que, durante os quase seis anos do assassinato de Marielle, teve quase nenhum acesso aos autos dos inquéritos abertos. “Nunca me deram acesso, alegando que não tenho relação com o caso. Não sei qual é a intenção das autoridades. Já fui investigado muitas vezes. Não sei com qual intenção.”
Metrópoles