A Unesp expulsou quatro alunos que obrigaram duas estudantes a beber um litro de cachaça misturada com outros ingredientes. Uma delas, que fazia engenharia civil, passou mal, foi levada ao hospital e internada na UTI. Ela saiu do hospital após seis dias de tratamento.
O que aconteceu
O caso aconteceu no campus de Guaratinguetá. Os alunos expulsos frequentavam a Faculdade de Engenharia e Ciências. A nota da Unesp sobre o caso não informa as identidades e nem quais cursos eles frequentavam.
O trote violento foi realizado em julho do ano passado. A exclusão foi anunciada pela Unesp na última quarta-feira como desfecho de processo interno.
A Polícia Civil também investiga o caso. Um inquérito apura crime de lesão corporal de natureza contra sete alunos da Unesp. A universidade forneceu as fichas dos sete investigados para a Polícia Civil.
O magnífico reitor da Unesp aplica a penalidade de desligamento contra quatro discentes diretamente envolvidos com a aplicação do trote. – Trecho da nota da Unesp.
Outros envolvidos
Além das expulsões, a universidade determinou a suspensão de quatro estudantes por 120 dias. Na prática, eles perderão um semestre e terão as formaturas atrasadas.
Outro aluno recebeu 45 dias de suspensão. Também não foram reveladas as identidades destes universitários punidos.
Sabe-se que eles eram moradores de duas repúblicas masculinas em Guaratinguetá. O trote começou numa delas e terminou na outra.
O caso
A vítima se mudou da república onde vivia e passou a ser tratada como caloura. A estudante cursava engenharia civil desde 2021. Na nova república, era era obrigada a “pagar prendas” para as veteranas locais.
Ela e uma colega foram entregues para serem punidas por outras repúblicas ao deixarem de cumprir uma obrigação em 4 de junho do ano passado. As situações de violência ocorrem em duas casas onde moravam estudantes do sexo masculino.
As alunas precisavam fazer uma série de flexões ou tomar cachaça quando não cumpria tarefas vexatórias determinadas pelos garotos da república masculina.
Os shots foram misturados com diferentes substâncias como pimenta, vinagre, pó de café, sal, mostarda e feijão. Ao todo, as duas jovens ingeriram um litro de cachaça misturada com outros ingredientes.
Quatro dias na UTI
A estudante de engenharia civil passou mal. Uma ambulância foi chamada e sua situação era tão grave que houve encaminhamento para UTI.
O corpo não respondia a estímulos e havia dificuldades de respiração. A garota precisou ser intubada porque saliva e alimentos foram parar em seu pulmão. Como não conseguiu vomitar, a estudante aspirou substâncias que desencadearam broncoaspiração.
Ela ficou quatro dias na UTI e foi liberada do hospital ao final de seis dias de tratamento.
A Unesp abriu um canal de denúncias de trote violento na sequência deste caso.
Fonte: UOL.