A população da China caiu pelo segundo ano consecutivo, segundo dados divulgados pelo governo chinês nesta quarta-feira (17). Em 2023, o número de habitantes da China sofreu uma queda de 2,08 milhões.
Atualmente, a China tem 1,4 bilhão de habitantes. Entre as razões para a redução populacional está a queda na taxa de natalidade e a onda de mortes provocadas pela Covid-19.
Em relação à taxa de natalidade, o índice vem caindo há décadas devido a uma política que instituiu que casais poderiam ter apenas um filho, entre 1980 e 2015. Em 2016, a lei passou a permitir até dois filhos e, em 2021, três filhos.
Mesmo assim, o número de nascimento de bebês continua em queda na China. Esse é um reflexo da forte urbanização do país, além da taxa de desemprego entre os jovens e a crise no setor imobiliário.
Por outro lado, no início de 2023, a China passou por um grande aumento de casos de Covid-19, após o relaxamento de medidas rigorosas de quarentena, que duraram três anos. Com isso, o país enfrentou uma onda de mortes provocadas pela doença.
Entre 2022 e 2023, a taxa de óbitos passou de 7,37 para 7,87 para cada 1.000 habitantes. Esse é o maior índice desde 1974, durante a Revolução Cultural Chinesa.
Pressão
Os novos dados populacionais da China fizeram aumentar as preocupações relacionadas às perspectivas de crescimento da segunda maior economia do mundo.
O país vive um cenário de redução no número de trabalhadores e consumidores, enquanto os custos do governo com cuidados com idosos e aposentadorias aumentam.
De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a população da China deve sofrer uma redução de até 109 milhões de habitantes até 2050. No ano passado, o país foi ultrapassado pela Índia e deixou de ser o mais populoso do mundo.
G1