O galerista americano Brent Fay Sikkema, de 75 anos, morreu após levar 18 facadas no tórax e no rosto. A informação foi confirmada pela polícia em coletiva nesta quinta-feira, após a prisão do principal suspeito do assassinato. O cubano Alejandro Triana Trevez foi preso nesta quinta-feira por equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Civil de SP, na Rodovia BR-050, perto de Uberaba, município de Minas Gerais. Segundo a advogada de Brent, o suspeito teria levado joias e um valor equivalente a R$ 180 mil, entre dólares e reais que Brent usaria para mobiliar um apartamento no Leblon, segundo a advogada do americano.
A polícia afirma que também investigará se o suspeito tem ligação com o ex-marido do galerista, o cubano Daniel. Dias antes de ser encontrado morto em casa no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, o galerista Brent Sikkema relatou a amigos que passava por um processo milionário para se divorciar e poder ver o filho novamente.
— Sabendo que o autor preso também é cubano, uma nova etapa das investigações será feita para verificar a relação entre o autor e o ex-marido, É uma diligência importante trazer o ex para esclarecer essa relação — afirmou o delegado Alexandre Herdy.
Brent tinha acabado de comprar um imóvel novo no Leblon, também na Zona Sul, e estava com grande quantia em espécie em casa para mobiliar a nova residência. Segundo a polícia, o suspeito levou R$ 30 mil em reais e outros 30 mil em dólares, além de um cordão de ouro.
— Não temos dúvidas que foi um crime premeditado. O que restam são dúvidas sobre a finalidade do crime, se foi roubar ou se teve outro motivo. Percebemos que o autor foi muito cuidado, manteve até o ar condicionado do quarto da casa ligado para chamar menos atenção. O autor também deixou um celular caro ao lado do corpo, não entendemos o motivo — disse o delegado.
A arma do crime foi encontrada na casa e já passou por perícia. O autor nega que tenha cometido o crime.
Suspeito vigiou casa por 14 horas
Vídeos obtidos pela polícia já indicavam que o galerista Brent Sikkema, de 74 anos, teria sido vítima de um crime premeditado. Imagens de uma empresa de segurança mostram que a casa do americano, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, foi vigiada durante 14 horas pelo principal suspeito do assassinato. O cubano Alejandro Triana Trevez estacionou no local por volta das 14h20 do último sábado e ficou nas proximidades até 3h57 de domingo. Depois, entra na casa do galerita, fica por 14 minutos e deixa a residência tirando um par de luvas.
Como foi encontrado o corpo de galerista?
O corpo de Sikkema foi encontrado dentro de sua casa, na Rua Abreu Fialho, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, com marcas de perfurações, no último dia 14. Ele era sócio proprietário de uma famosa galeria em Nova York, nos Estados Unidos.
Brent foi achado por sua advogada e amiga, Simone Nunes. Sikkema vinha ao Rio no máximo três vezes ao ano e ficava no imóvel onde foi morto, comprado há cerca de 10 anos. Na região, ficam os ateliês de artistas como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Gabriela Machado.
Simone foi até a casa por estranhar a falta de respostas de Sikkema durante o final de semana. De acordo com a polícia, ela tinha as chaves do imóvel e, ao entrar no quarto, encontrou o amigo morto na cama.
Quem era o galerista?
Sikkema era coproprietário da Sikkema Jenkins & Co, no Chelsea. O galerista foi definido como “uma pessoa maravilhosa, muito bondoso, generoso, defensor das questões sociais” pela amiga e advogada.
Extra/Globo