Acusado de antissemitismo após defender boicote a empresas de judeus no Brasil, o ex-presidente do PT e ex-deputado federal José Genoino recebe uma gorda aposentadoria da Câmara.
O petista, que renunciou ao mandato de deputado em 2013 após ser preso por conta do escândalo do Mensalão petista, recebe atualmente R$ 31,1 mil de aposentadoria bruta por mês.
Com os descontos da contribuição previdenciária e do imposto de renda, o valor líquido mensal que cai na conta de Genoino é de R$ 21,1 mil. Hoje, o salário bruto de um deputado com mandato é de R$ 41,6 mil.
O ex-presidente do PT se aposentou da Câmara em julho de 2012 por tempo de serviço. Genoino foi deputado desde 1983, tendo sido um dos constituintes em 1988.
Em 2012, ele recebia cerca de R$ 20 mil brutos de aposentadoria da Câmara. Em 2013, chegou a pedir aposentadoria integral por invalidez, após cirurgia cardíaca, mas o pedido foi negado por uma junta médica.
Ataque a empresas de judeus
Em transmissão ao vivo no sábado (20/1), Genoino disse achar interessante “a ideia de boicote” a “determinadas empresas de judeus” e a “empresas vinculadas ao Estado de Israel“.
A fala veio após o apoio de Luiza Trajano, dona da Magazines Luiza, a um abaixo-assinado que pedia que o presidente Lula desista de apoiar uma ação da África do Sul contra Israel por genocídio.
“Essa ideia da rejeição, essa ideia do boicote por motivos políticos, que fere o interesse econômico, é uma forma interessante. Inclusive ter esse boicote a determinadas empresas de judeus”, declarou Genoino.
A declaração foi classificada como “antissemita” pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). O ex-deputado, porém, divulgou nota repudiando a manifestação da entidade.
“Apresento meu repúdio à nota da Conib e afirmo que não sou e nunca fui antissemita. Repudio, também, qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu e defendo a existência de dois Estados. Temos a obrigação de denunciar o genocídio do governo de Israel contra o povo palestino. Tenho defendido, incansavelmente, o cessar-fogo, a paz entre os povos e a solidariedade ao povo palestino”, diz a nota de Genoino.
Metrópoles/Igor Gadelha