O termo “catfishing” refere-se à prática de criar uma identidade falsa online usando informações e imagens falsas, com a intenção de enganar, assediar ou fraudar. Essa prática é observada em redes sociais e aplicativos de namoro, muitas vezes visando estabelecer relacionamentos sob pretextos falsos ou até mesmo para perpetrar fraudes financeiras.
Além de criar relações fictícias, os “catfishes” podem também buscar obter imagens íntimas da vítima para posterior extorsão, uma prática conhecida como “sextorsão”. O roubo de identidade também é uma preocupação, já que as informações compartilhadas podem ser utilizadas para diversos fins ilícitos.
O termo “catfishing” ganhou destaque após o documentário “Catfish” (2010), que narra a história de Nev Schulman, que iniciou um relacionamento online com alguém que se revelou ser totalmente diferente do que aparentava.
As motivações por trás do catfishing são diversas, sendo a falta de confiança uma das razões mais comuns, conforme indicado pela Cybersmile Foundation, uma organização sem fins lucrativos focada no bem-estar digital. Aqueles que não estão satisfeitos consigo mesmos podem buscar se sentir mais aceitos ao criar personas mais atrativas para os outros.
Estudos revelam que catfishes frequentemente possuem características como educação formal, origens religiosas e, em alguns casos, estão explorando suas próprias orientações sexuais. Além disso, características de personalidade como sadismo, psicopatia e narcisismo foram associadas a uma maior propensão ao catfishing.
Os golpes românticos resultantes do catfishing representam perdas financeiras significativas, sendo um dos maiores relatos de crimes na internet nos Estados Unidos. O fenômeno também afeta adolescentes, com um aumento notável entre a geração Z, que muitas vezes é alvo de hackers para obter informações privadas ou imagens.
O catfishing também tem sido observado em escala industrial, com “centros de fraudes cibernéticas” relacionados ao tráfico de seres humanos no Sudeste Asiático. Vítimas do tráfico são coagidas a se tornarem fraudadoras, criando perfis falsos para extorquir milhões de dólares globalmente.
As vítimas do catfishing variam desde adultos em sites de namoro até adolescentes e idosos. Os impactos na saúde mental são significativos, com algumas vítimas incapazes de confiar nos outros e enfrentando sentimentos de vergonha por terem caído no esquema.
Embora o catfishing em si não seja explicitamente considerado crime, as ações decorrentes, como extorsão e assédio, são crimes em muitas jurisdições. No entanto, a complexidade da Internet e a dificuldade em determinar identidades e locais dificultam os esforços de aplicação da lei.
Para proteção contra o catfishing, é crucial permanecer vigilante online, garantir a segurança das contas e utilizar autenticação de dois fatores. A educação digital e a conscientização sobre os sinais de alerta também são ferramentas essenciais na prevenção do catfishing. Em caso de suspeita, denúncias podem ser feitas às autoridades e às plataformas online.
O catfishing pode não ser explicitamente um crime, mas as práticas associadas a ele frequentemente envolvem atividades ilegais, como extorsão e assédio, o que pode resultar em ações legais contra os perpetradores. Ficar atento aos sinais de catfishing, proteger informações pessoais online e denunciar atividades suspeitas são medidas essenciais na prevenção deste fenômeno.
Com informações CNN