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Presidente afirmou que primeira-dama o alerta sobre “erros” no governo: “Ela fala coisa para mim que a minha assessoria não fala”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 3ª feira (23.jan.2024) que a primeira-dama Janja da Silva é como o “farol” de seu governo. O petista declarou que a socióloga se preocupa com a política e vive o tema “24h por dia”.
“A Janja é uma espécie de meu farol. Sabe aquele farol que guia assim? Ou seja, quando tem coisa errada, ela me chama a atenção. Quando tem alguma coisa no jornal errada, ela me chama a atenção. Quando tem alguma coisa nas redes, ela me chama a atenção. Às vezes, ela fala coisas para mim que a minha assessoria não fala, e ela fala. E isso me ajuda, obviamente”, afirmou o presidente à rádio baiana Metrópole.
Janja é alvo frequente de críticas –inclusive por aliados do chefe do Executivo– por suposta ingerência em temas de governo e por ter prerrogativas equivalentes ou até maiores comparada a alguns ministros. A primeira-dama também é procurada como intermediária por quem quer levar demandas ao presidente.
Ainda durante o período de transição de governo, Janja vetou a indicação do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) para o Ministério do Turismo. Ele havia sido indicado por seu partido e o anúncio de seu nome era dado como certo.
O motivo foi uma acusação de que Pedro Paulo teria agredido a ex-mulher Alexandra Marcondes Carvalho Teixeira. Em 2015, as revistas Época e Veja publicaram que o congressista havia batido na então companheira mais de uma vez. O registro policial, segundo as reportagens, era de 2008.
Na época em que a acusação foi revelada, o deputado estava na pré-campanha para a Prefeitura do Rio. Ao longo do tempo, ficou provado que Pedro Paulo não tem histórico de agressões. Foi investigado pela PF (Polícia Federal) e pelo MPF (Ministério Público Federal). O caso foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e Pedro Paulo foi inocentado.
Janja também costuma participar de reuniões de trabalho do presidente e é presença constante nas viagens de Lula. Em 2 de junho de 2023, Lula chamou a primeira-dama de “assessora” ao tentar trocar os papeis que estava lendo durante evento em uma universidade em São Bernardo do Campo (SP).
Janja se defende
Em junho do ano passado, Janja se defendeu das críticas e disse que não interfere na gestão, apenas conversa com Lula. Segundo a socióloga, a vida seria mais fácil se ela “fosse mais fútil”. Deu a declaração durante um encontro com mulheres quilombolas.
“As mulheres têm que estar mais e mais nos ambientes de poder. É por isso que eu estou ao lado do presidente Lula. Às vezes, me perguntam: ‘Você não se mete demais?’ Eu não me meto. Eu apenas falo. Seria mais fácil para mim se eu fosse mais fútil, mas não consigo. Eu falo e falo na hora do almoço também, aquele almoço que todo mundo pergunta”, disse.
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