Foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está persistindo em sua tentativa de emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como CEO da Vale, iniciando uma nova fase da sucessão na mineradora que promete capítulos decisivos nos próximos dias.
A Vale, privatizada há quase três décadas, é alvo da interferência direta de Lula, que busca influenciar os rumos da empresa. O atual presidente, Eduardo Bartolomeo, tem seu mandato expirando apenas em maio, mas, conforme o estatuto da companhia, o conselho de administração deve anunciar com pelo menos quatro meses de antecedência se o CEO será mantido ou se será iniciado um processo para escolher um novo executivo. Em 31 de janeiro, o colegiado tomará essa decisão crucial.
O governo, há mais de um ano, vem pressionando pela indicação de Guido Mantega para o posto. Em 2023, na primeira tentativa, a reação do mercado foi negativa, resultando em uma queda nas ações da Vale na Bolsa de Valores (B3). Agora, com o fim iminente do mandato de Bartolomeo, a pressão do Planalto para emplacar Mantega se intensificou.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, teria, segundo o jornalista Lauro Jardim, entrado em contato com acionistas da Vale, afirmando que Lula está firme em sua decisão de ter Mantega no comando da mineradora. No entanto, Silveira afirmou publicamente que o governo não tentará impor o nome do ex-ministro, respeitando a governança da empresa.
Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Silveira destacou que o governo quer participar da discussão sobre o futuro da maior mineradora do país, buscando reconquistar sua posição como a maior do mundo.
Eduardo Bartolomeo assumiu a presidência em 2019, sucedendo Fabio Schvartsman, afastado após o colapso da barragem de rejeitos de Brumadinho (MG). O conselho, atualmente, encontra-se dividido sobre a continuidade de Bartolomeo. Críticas em relação à sua postura discreta e distante do governo, que está focado na gestão profissional, têm surgido tanto no governo federal quanto no PT. O executivo foi reeleito em 2021, mas o futuro da liderança da Vale permanece incerto diante das pressões políticas e dos interesses no conselho da mineradora.
Gazeta Brasil