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Uma foto em que Sergio Moro aparece ao lado da desembargadora Cláudia Cristofani, do TRF-4 (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), está circulando no WhatsApp entre os críticos do senador, incluindo filiados do PT e PL, partidos que pedem sua cassação (veja a imagem abaixo).
O registro, cuja data e contexto não foram informados pelo senador ou pela magistrada, procurados pela coluna, mostra ambos lado a lado, em meio a outras cinco pessoas. Balões coloridos, ao fundo, sugerem que eles já estiveram juntos numa comemoração informal, em algum momento da carreira.
A imagem poderia não ser um problema, uma vez que Moro, antes titular da 13ª Vara Criminal do Paraná, onde tramitam casos da Operação Lava-Jato, é naturalmente próximo a magistrados do estado. Só que Cláudia, desde 2021, ocupa uma das cadeiras do TRE do Paraná, a mesma Corte que se prepara para julgar se Moro terminará o mandato para o qual foi eleito no Senado, em 2022.
O caso está nas mãos do relator, Luciano Falavinha, desde 15 de dezembro. Existe uma expectativa de que o julgamento aconteça ainda este mês, após o fim do recesso — há duas sessões presenciais previstas no TRE, nos dias 22 e 29 (além de outras audiências virtuais). A pauta da primeira data já foi divulgada e, por enquanto, não contém as ações em que Moro está na mira.
Acusado por PT e PL de ter furado o teto de gastos estabelecido pela Justiça Eleitoral para o período de pré-campanha, Moro já foi julgado por Cláudia em outras ocasiões. Em setembro de 2022, por exemplo, ela relatou pedidos de impugnação contra a candidatura do ex-juiz e votou de maneira favorável a ele, acompanhada pelos pares de maneira unânime. O mesmo aconteceu em dezembro daquele ano, quando a Corte aprovou as contas de campanha de Moro, agora questionadas.
Somada às decisões pró-Moro, a foto com o senador tem gerado entre os envolvidos no caso o temor de que Cláudia não seja isenta o suficiente para julgá-lo agora. O “burburinho” vai na contramão da percepção de quadros do PT e do PL, até o fim do ano, de que em vez de ser salvo por um eventual corporativismo do Judiciário, já que foi juiz, Moro poderia ser condenado à perda do mandato ainda no Paraná, antes dos processos serem levados por meio de recursos ao TSE.
À coluna, a defesa do PT disse que está “averiguando as circunstâncias da imagem” e se tomará alguma medida. E a do PL sinalizou movimentação no mesmo sentido. Os petistas complementaram que mantêm “a expectativa em um julgamento técnico e imparcial pelo TRE PR”.