Foto: Reprodução/Ricardo stuckert.
O filósofo americano Harry Frankfurt, em sua obra “Sobre Falar Merda,” distingue entre mentira e bobagem, indicando que o mentiroso divulga falsidades de forma deliberada, enquanto o falador de bobagens fala o que lhe ocorre no momento, visando seus próprios interesses. Ambas, segundo Frankfurt, podem ser prejudiciais e são exploradas na política, como evidenciado na retomada das obras da refinaria Abreu e Lima em Pernambuco.
O ex-presidente Lula, em um discurso recente, acusou o processo de desvendamento do petrolão, associado à refinaria, como uma trama orquestrada por vilões americanos. No entanto, uma refutação eficaz encontra-se em um relatório do Tribunal de Contas da União, que destaca má gestão e corrupção, não uma conspiração internacional.
A refinaria Abreu e Lima, inicialmente orçada em 2,4 bilhões de dólares, teve custos multiplicados por problemas técnicos e desenhos inadequados, resultando em prejuízos significativos para a Petrobras. Estudos mostram que a planta consumiu até sete vezes mais dinheiro do que refinarias comparáveis ao redor do mundo.
A alegação de Lula de uma conspiração estrangeira é falsa e busca distorcer os eventos que expuseram a corrupção na política brasileira, especialmente no governo do PT. A tentativa de justificar investimentos bilionários na produção de diesel fóssil como a “refinaria do futuro” é enganosa, uma vez que a Abreu e Lima não está incluída no plano estratégico para o diesel renovável da Petrobras.
Os objetivos da Petrobras, influenciados pelo PT, frequentemente ultrapassam motivos econômicos puros, servindo como instrumento para atender às necessidades políticas. O retorno de Lula ao poder aumenta preocupações sobre o aparelhamento e loteamento da empresa estatal.
Enquanto o PT tenta reviver suas políticas passadas, há o risco de repetição de esquemas antigos, prejudicando a Petrobras e permitindo o aparelhamento político em detrimento da eficiência e responsabilidade financeira. Dessa forma, as alegações de Lula e as justificativas para os investimentos em Abreu e Lima parecem mais uma reprise perigosa do que uma promessa de progresso.
Com informações da Crusoé.