foto: poder 360
Segundo o levantamento da CNT, 81,6% dos pontos críticos não estavam sinalizados
O Brasil precisa investir R$ 4,88 bilhões para acabar com pontos críticos nas rodovias brasileiras. Os dados são de uma pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que identificou 2.648 registros de problemas estruturais nos 111.502 km de rodovias pavimentadas analisadas. Leia a íntegra do levantamento (PDF – 234 kB).
A CNT define como ponto crítico “situações atípicas que ocorrem ao longo da via e que podem trazer graves riscos à segurança dos usuários, além de custos adicionais de operação”. Segundo a entidade, o volume desse tipo de problema na malha rodoviária aumentou 1,5% em 2023 na comparação com o ano anterior.
Os pontos críticos encontrados foram:
- 207 quedas de barreira – deslocamento do material de encostas sobre a rodovia que provoca obstrução;
- 5 pontes caídas – dano estrutural em ponte ou viaduto que impossibilita a transposição e ocasiona a interrupção total do fluxo de tráfego;
- 504 erosões na pista – ruína total ou parcial da pista de rolamento ou do acostamento por efeito da ação de chuva;
- 1.803 buracos grandes – são considerados buracos grandes aqueles cujas dimensões são maiores que o tamanho de um pneu de veículo padrão;
- 67 pontes estreitas – são consideradas pontes estreitas as obras de arte em que a via tem apenas uma faixa de rolagem;
- 62 outros tipos de pontos críticos que possam atrapalhar a fluidez da via.
Dos 2.648 registros de 2023, 67 passavam por intervenções de recuperação no momento do levantamento em campo. A pesquisa foi realizada entre julho e agosto de 2023.
A pesquisa da CNT também alerta para a falta de sinalização nos trechos onde foram identificados pontos críticos. Segundo o levantamento, 81,6% (2.161) de todos os registros não estavam sinalizados no momento da coleta.
A situação é ainda mais grave no caso dos “buracos grandes”, em que 99% (1.780) das ocorrências identificadas não tinham qualquer tipo de sinalização.
No conjunto dos pontos críticos, 15,1% (401) apresentam sinalização deficiente e só 3,2% (86) estavam adequadamente sinalizados —com destaque para as 5 pontes caídas, que estavam todas sinalizadas.
DESASTRES NATURAIS E EXTREMOS
A confederação afirmou que 2023 foi marcado por inúmeros desastres naturais e eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e vendavais, que causaram grandes prejuízos sociais e econômicos nas infraestruturas rodoviárias.
A entidade afirmou que o governo precisa aumentar o número de parcerias com instituições privadas para buscar soluções e impedir um novo aumento em 2024.
“Com a redução do orçamento da União em infraestrutura de transporte previsto para o próximo ano (2024), caberá ao poder público aprofundar as relações de colaboração com a iniciativa privada, contemplando concessões e parcerias público-privadas, com o objetivo de ampliar os investimentos na malha rodoviária”, diz o relatório.