O ex-número 2 da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alessandro Moretti, afirmou que, durante sua gestão como diretor-geral em exercício, ordenou uma investigação interna sobre o uso indevido de um software capaz de obter informações de georreferenciamento de celulares. Em nota divulgada nesta quarta-feira (31), Moretti afirmou que todo o material coletado na apuração interna foi compartilhado com a Polícia Federal, que está investigando o suposto aparelhamento político da agência durante a gestão de Jair Bolsonaro.
No contexto do caso conhecido como “Abin paralelamente”, Moretti foi exonerado do cargo de diretor-adjunto na terça-feira (30) pelo presidente Lula. A demissão de Moretti foi seguida pela permanência de Luiz Fernando Corrêa na chefia da Abin, que, posteriormente, promoveu a substituição de outros seis diretores da agência de inteligência.
No comunicado, Moretti destacou que grande parte das informações que embasam a investigação da PF é proveniente da apuração interna realizada com total independência na Abin. Ele ressaltou que a agência está em fase de transição, agora subordinada à Casa Civil da Presidência da República, após deixar de estar sob o Gabinete de Segurança Institucional-GSI.
Moretti defendeu as medidas adotadas pela atual gestão para modernizar a agência, garantindo sua atualização ampla e independente. Ele enfatizou a importância da inteligência profissional, destacando que o conhecimento estratégico fornecido pela Abin é vital para a proteção da sociedade e deve ser produzido por profissionais capacitados e comprometidos.
O ex-diretor da Abin concluiu, defendendo a busca constante pelo fortalecimento da agência como uma instituição de Estado essencial para o país, respeitando os princípios que regem o Estado democrático de Direito.
Com informações Folha de SP